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  • Day 24

    Perú, Pisac e Ollantaytambo

    August 21, 2018 in Peru ⋅ ⛅ 14 °C

    O carro foi fácil de tratar, mas os primeiros metros seriam embaraçosos se estivéssemos na Europa. Não soubemos desligar o alarme que se armou quando fomos pegar as malas ao hostel. Tivemos que regressar à agência para saber o que fazer. Entretanto fomos circulando ao som de uma sirene igual à da polícia. Aqui, ninguém quis saber. Todos os condutores apitam por tudo e por nada e o som é de tal forma habitual que, mais sirene, menos sirene, não faz diferença.
    Quando finalmente estamos preparados vamos parando e aprendendo nos vários sítios arqueológicos - Sacsayhuaman, o templo fortaleza; Qenqo, o templo das oferendas, sacrifícios e mumificações; Tambomachay, as termas onde se retemperava o corpo; Puka Pukara, a fortaleza vermelha que vigiava Cusco e as termas para onde iam as classes mais elevadas e protegiam ambos os locais de eventuais ataques. De carro é fácil gerir o tempo, especialmente se se tiver algum conhecimento prévio do que se está a visitar, uma vez que a informação no local é escassa. No entanto, é muito interessante ouvir as histórias que os guias que se encontram à entrada têm para contar. Podem contratar-se à parte do preço do bilhete de entrada e fazer um percurso pausado. Para quem tem muito tempo e muita paciência é uma boa opção porque aqui o tempo corre mais lento e as histórias são contadas detalhada e lentamente.
    Uma paragem estratégica em Pisac para repor energias faz-nos passar obrigatoriamente pelo mercado de artesãos. Lindo! O colorido e os apelos dos vendedores fazem lembrar Marrocos, com as suas cavernas de Ali Babá, mas os cheiros não são os mesmos. Aqui cheira a lã. Algumas mulheres, com os seus trajes coloridos e os seus engraçados chapéus, onde parecem ter naperons pousados, carregam lamas bebés e os seus próprios filhos às costas, num pano colorido habilmente atado para que permaneçam confortáveis. Vão perguntando distraidamente aos turistas se querem tirar fotos. É uma fonte de rendimento, claro. Tudo é muito barato para nós. Uma água custa normalmente 1 sole - 0.20€. O almoço é frugal mas delicioso: empanadas acabadas de sair do forno com uma chicha morada - bebida sem álcool feita a partir de milho vermelho - maravilhosa.
    Resolvemos avançar as ruínas de Pisac para podermos ver ainda Ollantaytambo ao pôr-do-sol. É assim foi. Um fim de tarde ventoso numa cidade onde a parte antiga está muito bem preservada. Apesar de ser muito direcionada para o turismo em volta das ruínas da cidade Inca e de ser um dos pontos de partida de várias categorias de comboios para Machu Picchu, a cidade é dos habitantes locais que prontamente se fazem ao comércio para todos - locais e turistas. Decidimos deixar as ruínas para a manhã seguinte e vamos até à estação de caminhos de ferro para apreciar a chegada de um dos comboios que regressam de Águas Calientes - cidade de apoio ao turismo em Machu Picchu. Os bilhetes vão dos 33$, partindo de Hidroeléctrica até Águas Calientes, até aos 1000$ fazendo a viagem Cusco - Águas Calientes. Não sabíamos da existência do primeiro comboio, mas optámos por usá-lo no dia seguinte, poupando uma caminhada de doze quilómetros e fôlego para a subida de 700m de altitude na montanha Machu Picchu.
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