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  • Day 3

    ... mais São Jorge

    March 5, 2019 in Portugal ⋅ 🌬 13 °C

    A manhã acordou soalheira e a motivação para fazer a caminhada até à Fajã da Caldeira de Santo Cristo estava em alta. Pena que a Sónia não pode ir connosco, mas o Paulo foi um guia perfeito. Passando pela Caldeira dos Cubres em direção à Caldeira de Santo Cristo é possível imaginar como terá sido a chegada dos portugueses a estas paragens. A vegetação é luxuriante e o mar é indomável. Consegue ouvir-se o som do mar a bater nos rochedos e ir entrevendo a aldeia abandonada na fajã aquando do terramoto que obrigou à evacuação aérea dos habitantes. A maior parte não quis regressar. Apenas uma família vive permanentemente na aldeia, desde então. Só os geradores põem a eletricidade a funcionar neste sítio remoto. Segundo Paulo, este é um sítio muito frequentado por famílias e turistas no verão. Só se pode chegar a pé - cerca de 45 minutos - ou de moto quatro. Ainda é possível ter o céu estrelado no firmamento, livre de poluição luminosa, fazer uma fogueira para aquecer e conversar longamente sobre a vida, ou simplesmente ficar em silêncio. Neste dia, em que o vento forte que nos atrasava os passos não teria permitido tal fogueira, apenas encontramos o funcionário da câmara que divide as suas tarefas de rotina com a sua paixão pelo surf. Este é um spot ideal, de acordo com Paulo. O caminho de volta foi fácil, em amena cavaqueira, apenas interrompido pela habitual queda das viagens, na versão “Maria, the professional faller”.
    Voltamos a Manadas apenas para apanhar Sónia que nos acompanha no resto dos passeios. Ponta de Rosais com o seu farol abandonado faz-me lembrar um pouco os edifícios do Tarrafal. É um farol desativado com um certo charme que vem de todo o verde que o envolve, da falésia abrupta em frente ao mar revolto e da vermelha estrada parecida com uma serpente acima e abaixo no relevo , mas sempre em frente em linha reta.
    De volta a Manadas passamos pela Igreja de Santa Bárbara, frente ao mar! É a única igreja na ilha com um interior barroco que só conhecemos por fora porque não está sempre aberta, ao contrário da igreja da Caldeira de Santo Cristo que tem sempre as portas abertas para a sua simplicidade e beleza que combina todas as cores dos Açores num só espaço.
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