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  • Day 29

    Equador, Galápagos, Santa Cruz

    August 26, 2018 in Ecuador ⋅ ⛅ 26 °C

    A nossa chegada nas Galápagos teve algumas surpresas. A partir do mês de agosto as regras mudaram um pouco, o que significou que se passou a pagar mais do que era norma. Os transportes de e para o aeroporto são estranhos. Os taxistas ficam a ganhar nesta confusão organizada. Paga-se cinco dólares para o trajeto aeroporto Canal - estes 5km eram grátis - mais um dólar para o táxi aquático que atravessa o canal, mais cinco dólares para os quarenta quilómetros entre o canal e Puerto Ayora. O regresso só é igual se o voo for de manhã. Caso contrário tem que se pagar vinte e cinco dólares por um táxi, mais o táxi aquático e o autocarro até ao aeroporto... É sempre a somar!
    Mas tudo o que se desfruta nas ilhas compensa o excesso financeiro. Nos primeiros metros em terra vemos logo uma pachorrenta iguana terrestre a atravessar a estrada. O condutor do autocarro, habituado a estas lides, para e deixa um guia sair. Este, por sua vez, pacientemente exorta a bicharoca a sair do caminho. Chegados ao pequeno molhe de travessia do canal um pelicano faz uma demonstração cinematográfica de como apanhar peixe e sacudi-lo no saco do seu papo antes de o engolir vivinho da Silva.
    O alojamento em Santa Cruz é magnífico. É um mini apartamento com todo o conforto que teria escolhido se fosse eu a desenhá-lo.
    Não ficamos muito tempo a contemplá-lo porque a ilha tem muito para dar. Caminhámos até ao cais de embarque onde imediatamente nos deparamos com sonolentos leões-marinhos a apanhar banhos de sol. Apanhámos um táxi aquático que demorou três minutos a deixar-nos do outro lado da baía para irmos até às Grietas, passando pela Praia dos Alemães e pelas Salinas. A ilha não se parece com nenhum sítio onde já tivesse estado. É preta, áspera, a vegetação é seca e agreste. Parece que caminhámos por cima de um vulcão numa expedição da National Geographic. É um sítio de uma beleza estranha. Numa curva do caminho lá está ele. O mar azul coral do Pacífico numa baía protegida pelo mangal. A areia parece farinha, de tão fina e branca que é. Mas continuamos até às Grietas. É uma fissura profunda entre correntes de lava endurecida onde a água do mangal e do oceano se encontram e servem de refúgio para peixes coloridos e refresca quem mergulha nestas águas absolutamente transparentes. Parecemos crianças maravilhadas por poder fazer parte do mundo das leituras dos contos de fantasia. De regresso paramos numa baía rochosa cheia de caranguejos de carapaça vermelha e barriga azul-clara. Estás cores não me parecem reais de tão perfeitas que são. A cada novidade paramos e absorvemos lenta e avidamente toda esta natureza que nos invade e preenche.
    O nosso anfitrião tinha-nos sugerido que fôssemos jantar a Lis Kioskos. É uma rua que fecha à noite cheia de restaurantes com esplanadas montadas na própria rua. Neste dia as ofertas, para além da carta, são peixe bruxo, bacalhau fresco e lagosta. Todos a vinte dólares por cada duas pessoas. Avançámos numa lagosta a la plancha que nos soube pela vida.
    Estando finalmente ao nível do mar, é possível dormir uma noite sossegada sem a altitude a massacrar o corpo. Mais uma maravilha das Galápagos!
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