• Suicide Circus

    2024年7月25日, ドイツ ⋅ ☁️ 19 °C

    Well, despachei me, vesti o outfit mais berliner que consegui e saí de casa. Toda de preto, botas da tropa, basicamente a mesma roupa que levei para o Berghain, estava com esperança que resultasse para o Suicides Circus. Fui ter ao Samariterkiez para me encontrar com a Aleks e o Simon. Eles também como eu, todos de preto, com botas da tropa. E do nada aparece o Dragos (na altura em que ele ainda não nos irritava), de calções claros e camisa. Morremos naquele momentos, porque tinhamos a certeza que nao iamos entrar com ele assim vestido. Demos umas voltas àquela praça, passamos pela Boxhagener Platz, e continuamos a dar a volta ao Samariterkiez para ver se havia algum restaurante que nos chamasse à atenção. Decidimos comer num sítio libanês, e eu pedi uma schwarma halloumi. Na fila à espera pela comida, eu sem querer peguei 2 vezes num pedido que não era o meu, e o rapaz a quem pertencia a comida estava-se a matar a rir, porque eu nao tava a entender que aquele não era o meu pedido. Os senhores do restaurante eram uns fofos e estavam a falar do Ronaldo por eu ser portuguesa. Depois, quando estavam a montar o meu schwarma, eu perguntei se aquelas ervas verdes eram coriander (coentros, que btw, eu odeio), e eles disseram: não, é parsley. E eu, como gosto de salsa, disse que eles podiam por então. Quando cheguei cá fora e dei uma trinca entendi que de facto, eram coentros e fiquei levemente irritada. Compramos cerveja num späti e fomos comer para os bancos do parque. Eu estava bem, até que percebi que haviam imensos ratos a correr debaixo dos bancos. Escusado será dizer que acabei de jantar a pé. Depois andamos um bocado até à Warschauer Strasse. Compramos mais cervejas e fomos a um PhotoAutomat, e o Dragos começou a tentar ajudar umas miúdas que ficaram com o dinheiro preso na máquina, mas na realidade estava só a ser chato mesmo. Estavamos todos à porta do PhotoAutomat a ver se ele realmente ia conseguir tirar o dinheiro das moças, e vêm dois gajos bue altos, entram no PhotoAutomat e fecham a cortina, para mandarem uma linha de coca sem ninguém os ver. Nós estavamos ok em apenas bazar e deixá-los mandar a droga que quisessem à vontade, mas o Dragos decidiu abrir a cortina e dizer "We were here first". Os gajos fizeram a cara mais enervada de sempre e bazaram sem dizer nada. Depois fomos então para a fila. Tivemos duas horas na fila, e durante esse tempo nada nos pareceu estranho. A nós tinha-se juntado a Juliette, o Christian e uns amigos deles latinos. Tivemos de descer umas escadas gigantes até chegar à parte de baixo, onde estava de facto a porta. Chegamos ao segurança e pediram-nos os BIs. Deu o meu, viram a minha idade e deixaram-me passar. Fui revistada por um segurança gigante, coberto de tatuagens e os dentes de ouro. Fiquei levemente assustada, mas ele foi mesmo querido. Entramos todos e só faltava o Dragos. Por milagre dos deuses, deixaram-no passar e entramos todos. Lá dentro é que as coisas átoa começaram a acontecer: só homens, a maioria nus ou seminus (depois entendemos que isto aconteceu porque era uma festa do pride). Mas eu e a Aleks precisávamos de ir à casa de banho, e encontramos um corredor a céu aberto com cabines, que pareciam WCs. Abri a primeira porta e arrependi-me logo: uma centopeia humana com 4 gajos. Crazy, mas thats what berlin is about. Pedi desculpa, ao que me responderam "no problem" e continuamos. Nas cabines havia imensa gente a mandar coca, a fazer sexo, de tudo. Visitamos o palco principal e havia um homem com o seu "slave" de gatas, a imitar um cão enquanto se roçava nele (este foi disturbing). Finalmente encontramos a casa de banho, que era mista, mas como só lá haviam homens, era eu e a Aleks e imensos homens nus num wc. Tivemos de passar primeiro pela zona dos urinóis cheia de homens, e com um cheiro a mijo que não se podia. Depois, havia um "guardião da casa de banho": um velhote, com uma camisa de xadrez que estava a guardar a WC. Ele perguntou se queriamos usar o WC e dissemos que sim, então ele entrou naquele cubículo cheio de homens e começou a bater nas duas portas que davam acesso às sanitas e a gritar "There are girls that need to pee there, stop doing drugs in the Bathroom". Eu só segurava a mão da Aleks para não nos perdermos uma da outra lá. É nisto que aparece um gajo ao meu lado, todo nu pedir para passar. Disse lhe que estavamos na fila, mas ele disse que precisava de ir para os lavatórios (que estavam cheio de pessoal a fazer a sua makeup ao espelho). Do nada, este homem começa a dar oversharing e a dizer que precisa de lavar as mãos porque "i had a little accident, someone didn´t wash properly", e procede a mostrar dois dedos da sua mão direita, cobertos de merd*. Disse-lhe para passar e não me tocar e ele lá passou, e nunca mais o vi. Quando finalmente entramos no WC eu e a Aleks ficamos só a olhar uma para a outra, tipo, wtf is going on. Depois saimos e fomos encontrar o resto do pessoal que estava sentado numa mesa, que estavam a dividir com imensos homens nus, que só tinham na cabeça aquelas assustadoras cabeças de cão feitas em látex. Levantaram-se e fomos todos dançar para o palco de fora. Foi uma noite super divertida. Entendemos que em Berlim, na discoteca, podemos fazer todas as figuras que queiramos, porque ninguém nos conhece, e mais importante: ninguém quer saber. Era proibido tirar fotos lá dentro por razões óbvias. Dançamos a noite toda, e sempre que algum homem passava por nós e nos tocava de alguma forma desculpavam-se logo. As bebidas lá não eram caras em comparação com Portugal. Até achei algumas coisas mais baratas lá do que aqui. Saímos de lá quando já eram 5:30 da manhã, e estava feliz por ter a experiência completa de berlim hahahaha. Eu e o Dragos atravessamos a Oberbaumbrucke para ir apanhar o autocarro, e na travessia, um monte de sem abrigos se levantou e começaram e esticar os braços para nós. Corremos até ao fim da ponte e depois lá fomos apanhar o autocarro. Quando cheguei a casa ainda fui mandar o mail com o questionário de acesso ao mestrado e depois obviamente, fui dormir.もっと詳しく