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  • Day 2

    Bogotá, Colômbia

    November 27, 2017 in Colombia ⋅ ⛅ 16 °C

    Com tantas trocas de horários, às 7h da manhã estávamos às voltas na cama. Tomámos um pequeno almoço completo com ovos e fruta por 2 euros no Hibiscus, nem inglês falavam e tivemos que ajudar na comunicação com uns vegans da mesa ao lado.

    Às 10h estávamos na praça de Los Periodistas, para uma Free Grafitti Tour. Este bairro histórico que foi a origem de Bogotá sem nenhuma casa ou edifício que chama particularmente atenção a nível de arquitectura, tem o seu encanto nos milhares de graffitis espalhados em muitas das casas e lojas. 

    Na verdade, em Bogotá os graffitis são proibidos mas não ilegais como noutros países, o que implica que se fores apanhado a pintar até podes ter que pagar uma multa de 70 euros mas não ficas com cadastros.
    Em Agosto de 2011, um miúdo foi baleado por fugir à polícia ao ser apanhado em flagrante. Claro que a polícia alegou que foi em autodefesa. Esse escandalo que ainda hoje não está resolvido, o polícia responsável anda alegadamente desaparecido, fez com que os artistas se unissem ainda mais para pintar as paredes, fizeram sessões de 24h em homenagem ao miúdo. E agosto tornou-se o mês de homenagem a esse miúdo em que muita das paredes são renovadas.

    O atual presidente da câmara entende que os graffitis sujam a cidade, pelo que ordenou que os edifícios com graffitis fossem pintados, já alguns foram removidos mas os protestos e confrontos com os artistas já fez parar os trabalhos, só não sabem por quanto tempo. 

    Apesar disso,  os artistas também participam em projetos como "Pimp my carrossa", descaracterizado as carroças do lixo. Em Bogotá, a recolha de lixo é feita por carroças de madeira, já que não existem caixotes do lixo, nem camiões do lixo para toda a cidade. 

    Os graffitis exprimem normalmente problemas sociais, políticos, são críticas à sociedade. Um dos temas falamos/pintados que mais me impressionou foi o desdém geral pelos sem abrigos, ao ponto da polícia colombiana já ter morto sem abrigos alegando que estava a eliminar as guerrilhas, conseguindo assim mais financiamento e confiança do povo estabilização da paz no país.

    Já é uma tradição tão grande em Bogotá que existem famílias de artistas como Rodez (pai), Noma e Malegria (filhos). Sempre foi um ramo muito mais difícil para as mulheres, ainda assim algumas arriscam como o é caso de Bastardilla considerada a melhor artista colombiana deste género. Gostei também muito de Guache e Toxicomano.

    Almoçamos no Sant Just, aconselhado pelo guia, cuja fachada do restaurante também foi pintada, como forma de chamada de atenção. 

    Seguimos para Monssarate, o pico mais alto a 3150m com vista sobre o planalto de Bogotá e acabamos por ficar por lá para ver o pôr do sol e a cidade de noite.
    À noite a temperatura baixa imenso, tivemos que ir buscar os casacos de inverno para ir jantar a Cevicheria 85, quase do outro lado da cidade num bairro chique com vinhos a 40 euros, ou seja mais vale ficar na cerveja. 
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