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  • Day 2

    Lajedo - Somewhere

    April 24, 2021 in Portugal ⋅ ⛅ 15 °C

    Acordamos às 7h da manhã em Ponta Delgada, tentei fazer o check in a essa hora mas recebi um alerta a dizer: check in em espera. Não era bom sinal, porque nos últimos 6 dias não tinha havido voos para as Flores.

    O nosso taxista chegou as 7h30 em ponto e levou-nos para o aeroporto. No check-in, a hospedeira avisou que o voo podia não sair como tinha acontecido nos últimos dias. Felizmente as condições tinham melhorado e seguimos tranquilamente para as Flores com uma escala curta no Faial.

    Depois de levantar o carro seguimos para a Cuada para almoçar. Uma aldeia encantadora de pedra, recuperada para o turismo. A Maria do Carmo, uma miúda de 3 anos engraçou connosco, fizemo-la acreditar que as flores falavam e queria ficar a almoçar na nossa mesa. Uma "terrorista" que acabou por comer as nossas batatas e se deixássemos "tomia" também o pão do hamburger que não queríamos.

    À tarde, tínhamos programada fazer um trekking de 3h30, da Fajã Grande ao Lajedo, passando pelas incríveis cascatas da Ribeira do Ferreiro e pelo mais bonito miradouro da ilha, o miradouro do Portelo.

    Claro que fizemos o percurso ao contrário do sugerido porque não gostamos de seguir as regras o que acabou por nos custar caro, porque no sentido que fizemos tem várias e longas subidas íngremes. A meio do caminho ainda recebi uma chamada da dona da casa onde íamos ficar a dizer que tínhamos esquecido de ir buscar as chaves ao aeroporto e este estava quase a fechar. A nossa sorte foi que a empregada tinha uma chave e acabou por deixar debaixo de uma pedra no churrasco da casa.

    O final do precurso tornou-se ainda mais difícil porque tinha muitos pequenos rios que deixava tudo inundado e cheio de lama escorregadia. Aliás a probabilidade de cairmos na lama e ninguém nos querer trazer de volta depois de mais de 13km a pé era muita.

    Já perto das 19h e sem ver ainda a última aldeia à vista, pensámos que o melhor era tentar chamar já um táxi, porque parecia que estávamos bem longe da sociedade e esse tal última aldeia podia nem existir. Depois de andarmos um pouco a procura de rede liguei para dois números de táxi que encontrei na net mas sem sucesso. O Valentim já queria ligar para os bombeiros.

    Felizmente lembrei de mandar uma mensagem a pedir ajuda ao rapaz da agência que nos ia levar no tour no dia seguinte.

    -Precisamos de ajuda 😁estamos no Lajedo a 13km do carro e não sabemos como voltar, conhece o número de algum táxi?

    -Opa Sei. O meu pai, mas é caro porque vem de Santa Cruz

    Até podia vir de Lisboa. Combinámos encontrar no Lajedo a frente da igreja. Ainda bem que combinámos antes de chegar porque a aldeia não tinha rede.
    Andamos à procura de um sitio com rede no caso de algum imprevisto, mas nada. Só chamadas de emergência.

    O taxista, pai do Marco da agência, levou-nos diretos para o restaurante Pôr do Sol, com quase meia hora de atraso. Estávamos rotos, com um escaldão no nariz e os ténis cheios de água e lama.

    Durante o jantar estamos a ver qual dos clientes é que nos ia dar boleia até ao carro. As raparigas ao nosso lado tinham um smart, as outras mesas eram grupos maiores, tinham carro cheio. Sobrava um casal e um grupo de 4. Fizemos uma espera à porta do restaurante a ver quem seria a vítima.

    A família de Mafra, com carro alugado por "baixo do tapete", disse logo que nos levava. Fomos bem apertados, 4 na parte de trás, até ao nosso carro. A mãe até me pediu amizade no Facebook e já nos queria convidar para almoçar na casa dela em Mafra, depois de uma boa risada a ouvir os cagarros.
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