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  • Day 4

    Cidade Perdida - First day

    November 29, 2017 in Colombia ⋅ ⛅ 29 °C

    O que leva alguem a pagar 250 euros para fazer um percurso de 4 dias pela selva colombiana, mais propriamente no norte, na Serra Nevada para chegar a um sítio chamado a Ciudad Perdida, depois de ter recebido um email com um testamento a explicar a dificuldade do percurso, o nível de preparação física necessária, sem rede, nem acesso de qualquer tipo de transporte? 

    Acordamos no primeiro dia as 7h, para tomar o último pequeno almoço no hostel. Vieram nos buscar para fazer o check-in do percurso, deixar as malas e trazer apenas uma mochila com o mínimo indispensável para os 4 dias. Repelente, o mais possível não será suficiente, Tiamina, comprimido usado como repelente também, protetor, Voltaren para os músculos, lençol... 

    Depois de 2h30 num jipe em que metade do percurso já é a subir a serra num caminho de terra batida cheio de buracos, almoçámos numa pequena aldeia. 

    Está muito calor e um nível de humidade elevado, a primeira meia hora de percurso é relativamente fácil, mas depois atravessar um rio descalços, começámos a subir, o suor misturado com protetor e a respiração ofegante que se intensifica devido à altitude, vai nos acompanhar ao longo dos 4 dias. A subida é íngreme, o piso irregular, a cadência de marcha puchado. Na segunda paragem, depois de duas horas, deram nos melancia (provavelmente a melhor que já comi) e era tudo o que o meu corpo pedia. O coração já saía pela boca mas pensava: este é o primeiro dia, os próximos serão mais fáceis senão ninguém aguentará. No meio dessa subida perigosa ainda conseguimos ver algumas motas passar rios, lama, pedras, etc.
    Só quando começamos a descer, com o percurso devastado pelas chuvas, é que as motas já não passam. É o único meio de transporte para além das mulas que carregam mercadorias. A descida é igualmente íngreme, cheia de lama, com passagens difíceis e probabilidade de escorregar e cair muito elevada. Aliás logo no início da descida uma rapariga do nosso grupo caiu.  

    Chegámos ao primeiro acampamento perto das 16h30 para mergulhar numa cascata lindíssima no meio da selva, tomar banho de água fria e jantar. Às 20h muitos já estavam a deitar-se, para recuperar do dia e estar fresco para o dia seguinte. Tínhamos acabado de saber que acordariamos as 5h da manhã para estarmos prontos as 5h30 e arrancar as 6h.

    O acampamento era constituído por 16 beliches colados uns aos outros, com uma rede de mosquitos a proteger cada cama, uns bancos corridos com mesas junto à cozinha e umas casas de banho muito simples, mas nada más para o meio da selva. 

    Neste acampamento dormiam dois grupos de 15 pessoas. No nosso grupo tínhamos um guia, Ciser, dois ajudantes, Sandra e Daniel e um cozinheiro, o La Vaquita.
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