• Mirante do Pati

    20 de diciembre de 2021, Brasil ⋅ ☁️ 23 °C

    O pequeno almoço estava marcado para as 7h30 da manhã. A serra à nossa frente estava repleta de nuvens pesadas e cheias de chuva. Não estava nada convidativo. E pensar que era mesmo para lá que nós íamos...

    Às 9h seguíamos com o Junior, o guia, a Mariana e o Luciano de São Paulo, em direção às nuvens. A subida da serra é bem íngreme mas não chuvia, nem estava calor. Chegado ao topo, fizemos alguns km no planalto até chegar ao mirante do Pati. É o primeiro de muitos miradouros com vista sobre parte do vale que vamos percorrer nos próximos dias.

    O nosso ânimo começou a melhorar, não chuvia e o tempo começou a abrir, até conseguimos ver um raio de sol.
    A descida até a Igrejinha, o primeiro abrigo onde íamos dormir, não é muito fácil mas no final, tínhamos feito apenas 6km e estávamos cheios de energia. Almoçámos por lá e seguimos até a cachoeira do Funil para dar um mergulho.

    A Igrejinha, casa do João, é composto por 3 ou 4 casas, um bloco de casas de banho partilhadas, uma igrejinha, um bar com esplanada para conviver e um local de refeições. Até tivemos direito a um quarto de casal, bem raro num abrigo de montanha!
    Conhecemos lá várias pessoas que vamos voltar a encontrar ao longo dos dias e ficamos até as 22h a jogar dominó, ora com o Junior e o Edivan, ora com o João e a Cármen.

    Neste vale moravam mais de 3000 pessoas e era famoso pelas suas plantações de café. O governo lançou então uma lei que obrigou as fazendas a arrancar as suas plantações de café para de futuro plantar café de melhor qualidade. As verbas mal chegaram para pagar a mão de obra para arrancar as plantações e uma vez que todos tinham arrancado as suas plantações, saiu outra lei a proibir a plantação de café porque todo o vale se ia tornar um parque nacional.
    Os moradores já sem dinheiro abandonaram o vale. Muito poucas famílias ficaram. As casas dos moradores foram agora adaptadas ao turismo de montanha onde podemos pernoitar. Todos os mantimentos chegam com mulas e os empregados fazem turnos de 15 dias.

    A população do vale com os empregados é de 120 pessoas mais ou menos.
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