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  • Day 200

    Hampi

    February 6, 2023 in India ⋅ 🌙 25 °C

    PRT/ENG: Despertamos de madrugada sobresaltados com a voz do motorista a gritar a nossa paragem ¡Hospet! uma cidade a 13km de Hampi. Rapidamente agarramos nas nossas malas antes de que parta o autocarro e saímos para o exterior ainda com ramelas nos olhos, despenteados com o ar dos loucos.
    Apanhamos um rickshaw, que já estava à espera, para nos levar à guesthouse em Hampi. Deixamos as mochilas na recepção, enquanto esperamos para a hora do check-in e vamos tomar o pequeno-almoço. Encontramos a um espanhol, que nos ouve falar e nos recomenda a provar o chai e as dosas de côco e banana daquele café que está virado para a rua. Sentamo-nos numas cadeiras de plástico e somos apresentados ao melhor té chai com leite que provámos na vida. As dosas não ficaram muito atrás. Fomos atrapados por este sítio mais duas vezes.

    Começa a nossa exploração por este exótico novo destino, considerado património da humanidade pela Unesco. Hampi é uma cidade arqueológica do séc XV, capital do antigo império de Vijayanagara. Os viajantes portugueses Duarte Barbosa, Fernão Nunes e Domingo Paes descreveram que esta cidade era de tal forma grandiosa que os seus olhos nunca haviam visto nada igual no mumdo e que o seu monarca era perfeito em todas as coisas. Desta majestosa cidade apenas resta uma pequena aldeia e as suas ruínas espalhados por inúmeros hectares. Ruínas estas não menos majestosas, compostas pelas muralhas da cidade, palácio real, templos, esculturas, jardins, estradas, mercados, tudo o necessário para habitar numa capital e como epicentro um complexo de templos e de torres que se podem observar a kms de distância. A cidade é banhada pelo rio Tungabhadra e rodeada por maciços rochosos graníticos amontonados, denominados boulders. A vegetação é típica de um clima seco e a sua fauna é variada: leopardos, ursos, crocodilos, javalis, hienas e uma grande variedade de pássaros.

    No primeiro dia visitámos alguns templos e conhecemos a um grupo de franceses, israelitas e ingleses que nos convidaram a uma excursão a umas cascatas. Este sítio tinha uma piscina natural onde nos podemos refrescar, dar uns saltos da rocha e passar a tarde em contemplação da natureza. No dia seguinte passeámos tranquilamente por outra parte da cidade, lemos à beira rio, vimos o pôr-do-sol desde um templo no topo de uma montanha e comemos comida indiana riquíssima. Na aldeia existe um ambiente relaxado, muitas lojas de roupa e artesanato, restaurantes em rooftops e zonas lounge onde se misturam novos hippies com os outros turistas.
    No terceiro dia alugámos uma mota e terminámos de ver as ruínas mais periféricas e fomos até ao outro lado do rio onde se pode encontrar a natureza mais exuberante e os campos de arroz e bananeiras. No dia em que escrevo este texto, devolvemos as mochilas à recepção do hotel e depois de revisitarmos alguns dos sítios mais emblemáticos abrigamo-nos do sol num dos nossos rooftops favoritos, estendemo-nos por horas nos colchões que estão no chão, tomamos um último sumo de fruta e almoçamos enquanto fazemos tempo para o autocarro nocturno que nos levará até à costa oeste e às famosas praias boémias de Goa.

    ENG: We woke up at dawn startled by the voice of the driver shouting our stop ¡Hospet! a town 13km from Hampi. We quickly grab our bags before the bus leaves and we go outside with still goo in our eyes, disheveled with the look of madmen. We took a rickshaw, which was already waiting, to take us to the guesthouse in Hampi. We leave our backpacks at reception while we wait for check-in time and go have breakfast. We meet a Spaniard, who hears us talking and recommends us to try the chai and the coconut and banana dosas at the cafe that faces the street. We sit on plastic chairs and are introduced to the best té chai with milk we have tasted in our lives. The dosas were not far behind. We got caught by this place twice more. Our exploration of this exotic new destination, considered a World Heritage Site by Unesco, begins. Hampi is a 15th century archaeological city, capital of the ancient empire of Vijayanagara. Portuguese travelers Duarte Barbosa, Fernão Nunes and Domingo Paes described this city as being so grandiose that their eyes had never seen anything like it in the world and that its monarch was perfect in all things. Of this majestic city, only a small village and its ruins spread over countless hectares remain. These ruins are no less majestic, consisting of the city walls, royal palace, temples, sculptures, gardens, roads, markets, everything necessary to live in a capital and as the epicenter a complex of temples and towers that can be seen from miles away. . The city is bathed by the Tungabhadra River and surrounded by piled up granite rocky massifs, called boulders. The vegetation is typical of a dry climate and its fauna is varied: leopards, bears, crocodiles, wild boars, hyenas and a wide variety of birds. On the first day we visited some temples and met a group of French, Israeli and English people who invited us on an excursion to some waterfalls. This place had a natural pool where you can cool off, do some rock jumping and spend the afternoon contemplating nature. The next day we strolled peacefully through another part of the city, read by the riverside, watched the sunset from a temple on top of a mountain and ate very rich Indian food. In the village there is a relaxed atmosphere, many clothing and handicraft stores, restaurants on rooftops and lounge areas where new hippies mix with other tourists. On the third day we rented a motorbike and finished seeing the most peripheral ruins and went to the other side of the river where you can find the most exuberant nature and fields of rice and banana trees. On the day I wrote this text, we return our backpacks to the hotel reception and after revisiting some of the most emblematic places, we shelter from the sun on one of our favorite rooftops, we stretch out for hours on the mattresses that are on the floor, we take a last fruit juice and lunch while making time for the night bus that will take us to the west coast and the famous bohemian beaches of Goa.
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