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  • Day 216

    Jaipur

    February 22, 2023 in India

    Despedimo-nos com pena de Rishikesh e lá vamos novamente de autocarro nocturno para Jaipur, porta de entrada para o Rajastão, terra de desertos, de fortes e palácios onde reinaram durantes séculos os marajás. Chegámos de madrugada e felizmente o nosso quarto de hotel já estava disponível a essa hora e pudémos deixar as mochilas e limpar o cansaço do corpo antes de mais um longo dia. O hotel é agradável e tem um rooftop com vistas para a cidade, um forte e as muralhas no topo de uma montanha.
    Jaipur, capital da província, também conhecida por "pink city" pelas suas casas pintadas de cor rosa é uma cidade bastante caótica e dificil de nos movermos de um sítio a outro pelas distâncias e pela quantidade de trânsito, pedonal e motorizado. Passámos um dos dias a percorrer o centro turístico, os bazares e um ou outro monumento, sendo o mais famoso o Hawa Malal, mais conhecido por palácio dos ventos, devidos às correntes de ar provocadas pelas suas 953 pequenas janelas de onde as mulheres do marajá podiam observar despercebidamente o que se passava na rua. O momento alto do dia foi termos tomado um dos melhores e mais famosos lassis de toda a Índia e termos ido ver um hilariante filme de Bollywood com tudo aquilo a que tínhamos direito: acção, romance, drama indiano e como não podia faltar música e dança. A cereja no topo do bolo foi a decoração do cinema por fora e por dentro, que lhe dá o estatuto de um dos cinemas mais pitorescos do mundo. Ah e não entendemos uma palavra do que diziam. O filme era em hindi e não tinha legendas mas só contribuiu para todo o exotismo da experiência. No segundo dia fomos com um guia, que conhecemos no dia anterior visitar o forte Amber e as zonas mais periféricas da cidade. Este forte é a principal atração da cidade e apesar de ser um best-seller da Índia não nos surpreendeu demasiado. A entrada custa 500rupias (6euros) por pessoa, ou dois dias de trabalho para muitos indianos e as vistas não impressionam por aí além e o estado de conservação é praticamente nulo. Vimos também o primeiro destes poços com escadas que fazem lembrar uma obra do Escher e um mausoléu, esse sim com uma arquitectura incrível e longe das multidões. Ainda nos deu tempo para sermos arrastados pelo nosso guia a conhecer umas lojas de uns amigos dele e o seu guru. A primeira loja uma joalharia, onde pudémos ver como se cortavam e poliam as pedras preciosas e a outra uma loja de tecidos e roupa onde também vimos como se tingiam os tecidos e se imprimiam os diferentes padrões à mão, utilizando blocos de madeira. A experiência do guru foi ir perder o tempo a falar com um homem "normal" sobre trivialidades. Terminámos o dia com uma das nossas actividades favoritas: ver o põr do sol no topo de uma montanha com vistas sobre a cidade.
    E assim termina a nossa passagem por Jaipur, que apesar de termos tido bons momentos não nos roubou uma parte do coração. Conseguimos sentir a dor daquelas pessoas que vêm uma ou duas semanas à Índia e o único que vêem é o Golden Triangle : Delhi, Agra e Jaipur. Demasiado caos e fealdade para o pouco que têm para oferecer. O próximo destino apresenta-se como uma lufada de ar fresco, a pequena cidade de Pushkar.
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