Guiné Bissau

February - March 2023
A 16-day adventure by Be Read more
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  • Day 11

    Jogo de futebol

    March 5, 2023 in Guinea-Bissau ⋅ 🌙 24 °C

    Cada dia uma pequena vitória, hoje o Benji para além dos sapatos já está de calções outra vez e já gosta de c andar a pé. Aos poucos vamos conseguindo lavar os dentes também não é tarefa fácil. Quando perguntas quanto os anos tens já sabe fazer dois. Começa a perceber cada vez melhor os português e nós vamos começando a perceber o que ele tenta dizer.
    Já depois da sesta fizemos uma v linda caminhada (quase um km), almoçamos novamente no papa louca. O Benji já está tão apegado que começa aos berros quando com a casa de banho o que é sempre difícil de gerir. Já que não há nada para fazer fomos ver um jogo de futebol, o bilhete de entrada custava 90 cêntimos por pessoas, as crianças não pagavam. Claro que só vimos 30 min do jogo, porque o Benji começou a descer as escadas sozinho para mostrar que queria ir embora e nós fizemos lhe s vontade.
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  • Day 12

    Em trânsito

    March 6, 2023 in Guinea-Bissau ⋅ ☁️ 25 °C

    As 10h da manhã estávamos na agência VFS para perceber se o visto tinha sido enviado para a embaixada. Segundo eles não estava lá nada, fomos então à embaixada novamente, sempre com alguma dificuldade para entrar. Já lá dentro e depois de algum tempo de espera foi nos dito que não tive novamente para nos e para voltar a tarde.

    Á tarde voltamos novamente, fomos informados que infelizmente o visto estava a caminho. Ora a distância da agência VFS até à embaixada são menos de 800 metros agora como se explica que o passaporte está em trânsito há quase 6 dias? Mas temos que manter o sorriso e a simpatia quando o sentimento é de raiva e importância. Disseram nos voltem na quinta pode ser que tenha alguma novidade. A minha vontade é mesmo de desatar a chorar perante esse desprezo e jogo de poder. Realmente quem nunca teve poder e foi lá parar para mandar, sube-lhe o sangue a cabeça e transforma-se num ser intolerável.

    Almoçámos no Gã Mela depois de uma longa caminhada e jantámos na Dona Fernanda depois de outra caminhada. Com sorte passamos pela praça imperial na hora de descer a bandeira da Guiné, em que toca trompete e toda gente até os carros param durante o processo.

    Durante uma das caminhadas o Benji tirou o sapato que não queria voltar a pôr. Uma senhora que passava por ali, arrancou um raminho e ameaçou-o que lhe dava com o raminho se ele não calçasse o sapato.
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  • Day 13

    Bubaque

    March 7, 2023 in Guinea-Bissau ⋅ ☁️ 26 °C

    Não devíamos porque o dinheiro está curto, porque está estadia prolongada está a dar cabo do orçamento mas a verdade é que não aguentamos ficar presos no hotel em Bissau. Decidimos passar dois dias numa ilha em Bubaque. Uma pequena fortuna mas vamos esquecer esta parte.

    O transfere veio nos buscar ao hotel ainda tínhamos que levantar dinheiro. Que filme. Quase todos os multibancos do centro de bissau estavam em manutenção, a cada banco o Valentim saia e eu tinha que ir atrás com o Benjamim ao colo aos gritos as espernear porque não pode estar longe nem de mim nem do Valentim. Conseguimos finalmente levantar dinheiro com o Benjamim aos berros como se o mundo ia acabar e fomos para o Porto. Mais uma birra do fim do mundo porque quer ficar ao meu colo, mas quer que eu esteja de pé. Claro que depois de tanto tempo a espernear se os meus braços não aguentavam. Temos que deixa-lo gritar com muitos olhares reprovadores que pouco interessam.
    A viagem de barco durou quase 2 horas, com o pequeno Benji a portar-se mais ou menos bem. Mas não durou muito porque chegado a ilha foram so birras atrás de birras. Ou porque me afastei de 2m, ou porque não lhe deram colo, ou porque a erva pica ou porque sim.
    Chegámos a um sítio paradisíaco, no lodge le Dauphin, mas quase que estou com dificuldade de apreciar com tanta birra. Vio pela primeira vez o mar, os barcos a piscina mas ainda assim não parecia muito espantado. A piscina teve que ficar agarrado a mim quase o tempo todo e com as unhas cravadas nas minhas costas porque ainda não tivemos coragem de as cortar.

    No meio disso tudo ainda apanhei um escaldão no barco.
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  • Day 14

    Praia da Anchaca

    March 8, 2023 in Guinea-Bissau

    Este foi sem dúvida o melhor dia desta viagem, nestas ilhas paradisíaca, com muito pouca gente, uma comida incrível. O Benji feliz, a dar os primeiros passos no mar.
    Tem medo da areia mas há de se habituar.
    Fomos passar a manhã à praia da Anchaca, onde almoçámos para regressar ao lodge na hora da sesta.
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  • Day 15

    Crise na embaixada

    March 9, 2023 in Guinea-Bissau ⋅ ⛅ 26 °C

    Sabíamos que não ia ser um dia fácil, mas pode sempre ser pior. Acordámos cedo, tínhamos o pequeno almoço na ilha a ver o nascer do sol entre a vegetação. Apanhámos a lancha as 8h e antes das 10h estávamos em Bissau. O Benji até se portou bem apesar da seca.

    Fomos diretos á embaixada já que só tínhamos duas mochilas. Uma hora de espera pela doutora, num sítio onde não se pode fazer muito barulho com uma criança de 2 anos. Quando finalmente sua excelência chega, informa-nos que precisávamos de uma autorização do pai biológico para poder viajar, que já sabia desde ontem, mas esqueceu-se de avisar. Caiu tudo, ora se temos poderes totais sobre a criança o que podemos pedir ao pai biológico que já não tem voto na matéria?
    Pensávamos nós que o Mussa teria essa autorização, seguimos a pé para o ministério onde supostamente teriam essa autorização. Uma vez lá, já no gabinete no senhor Júlio, com o Benji a fazer crises por tudo, porque queria abrir os armários, puxar os fios dos pcs, lá chegámos a conclusão que afinal não tinham essa autorização do pai, porque segundo eles não era necessário e que podiam enviar um email a embaixada a informar que já não fazia esse tipo de autorização porque não viam a necessidade, uma vez que já tínhamos todos os poderes. Se realmente fosse necessário, teríamos que ir buscar o pai biológico para morava fora de Bissau e podíamos não conseguir isso tão cedo.

    Vamos nos recambiados para a embaixada. Mais uma hora de espera, a encher o Benji de bolacha Maria. De repente a fralda estava tão cheia que já havia xixi no chão. Ora não havia casa de banho na embaixada segundo nós informaram, mas também não podia deixar o puto assim. Já estamos habituados a mudar as fraldas em pé, foi só mais uma. Mas com o Benji aos berros, já estava cansado, farto, cheio de bolachas. Mesmo de fralda mudada não havia forma de o acalmar. Quando nos informaram que a sua excelência tinha voltado. Subi para a recepção para falar com ela, ao que ela pergunta porque é que ele está a chorar que ele era tão caminho.
    "Está com sono e cansado de estar aqui a muitas horas" respondi.
    "Não, não pode ser isso" disse ela.

    Sai porta fora, tira o Benji dos braços do Valentim. Ele nos braços de estranhos acalma-se logo, fica meio apático. Ao que ela fica toda contente. "Vem a avó"
    Acabamos por entrar na embaixada por outra porta a apresentar o Benji às pessoas da embaixada, a dizer que já estava mais gordo que era da cerelac que ela tinha recomendado (que não demos obviamente). Queria lhe oferecer bolo, quando ele começou a ficar cansado do colo dela e foi para outra senhora que tinha um yogurt para ele.
    Tivemos finamente uma janela de oportunidade para explicar que não era preciso a autorização do pai biológico, no meio de várias conversas acabou por fazer um telefonema e confirmou que não seria necessário, mas que precisava a mesma de um email do ministério a dizer que não era preciso.

    Começou aos beijos ao Benjamim para depois dizer: " Eu acho que ele está com febre".
    Foi aí que me desmanchei. Também gostávamos de poder levar ao médico, estar em casa teríamos outras condições e que estava a ser difícil. Vieram me as lágrimas, tive que sair para me recompor.
    "Mas difícil porquê?" Perguntou.

    Por não ter uma casa, uma cozinha, a comida dos restaurantes é muito salgada.
    "Mas em Portugal também vai ser difícil" respondeu.
    Eu tenho que manter a calma mas por dentro estou com uma raiva enorme. Em Portugal, também será difícil mas temos apoio, casa, cozinha.
    Dizia ela, "Tenho mesmo que ir porque tenho muita gente para atender"
    Mas continuava lá a dizer parvoíce e a cuscar, quanto é que teríamos pago pelo processo de adopção...

    Ainda temos esperança que amanhã tenhamos o visto apesar da probabilidade ser baixa.
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  • Day 16

    Bem vindo a Lisboa

    March 10, 2023 in Portugal ⋅ ⛅ 18 °C

    Passei a noite a ver voo, blogues de como viajar com crianças. O cenário não era favorável porque o melhor voo sem escala nos próximos 7 dias era hoje as 15h45, mas não tínhamos o visto.
    Logo de manhã fomos a embaixada, mais não sei quanto tempo de espera para nos dizer voltem as 16h. Tristes, voltamos para o hotel e marcámos almoço com o Mussa. Quando estávamos a entrar no hotel, recebemos uma mensagem a dizer que o visto já tinha sido emitido. A emoção foi tal, que vieram me as lágrimas aos olhos, mais umas correrias ao calor, mais uma volta de táxi para ir buscar o visto. Eram quase 12h quando apanhámos o táxi de volta para o hotel já com o visto na mão. Compramos o voo no taxi, tínhamos 4h para descolar. Fizemos as malas a correr, demos o resto da sopa do dia anterior ao Benji e lá íamos nos a caminho do aeroporto com o advogado.
    O Benji já cansado, sem fazer a sesta bem aeroporto minúscula mas caótico onde afinal não deixaram o Mussa entrar. Fizemos o check-in sem problemas, passamos a segurança ainda deu tempo para comer. Na hora do embarque dizem nos que precisámos de uma cópia do processo, sem isso não podíamos embarcar.
    O Valentim teve que voltar a sair para arranjar a cópia e eu ao lado no embarque a ver as pessoas a entrarem o Benjamim com uma birra terrível e o Valentim nunca mais voltava. Pensei que podíamos não embarcar. Fomos quase dos últimos a entrar com um calor insuportável num autocarro sem ar condicionado. O Benji sempre ao meu colo, se não chorava eu a suar como na sauna.
    Mas uma inspecção na entrada do avião, 1h de atraso, um voo com o Benji a lutar contra o sono, a chatear toda gente, muito irrequieto e os meus braços já não aguentavam. Fizemos tudo para tentar que ele não chorasse, ele a lutar contra o sono e foi só a 30 min de aterrar que ele adormeceu. Infelizmente não durou muito, acordou sobressaltado na aterragem.
    Para passar o SEF foi mais um filme, o Benji só queria o meu colo mas os meus braços já não aguentavam mais, quando descansava, eram gritos de corpo e alma.
    Tivemos um excelente surpresa a chegada, Diana, João, Teresa, Raquel e Seabra, á nossa espera no aeroporto, com comida, prendas e lençóis para a cama do Benji. Ele chegou a dormir a casa as 23h.

    Obrigada a todos os amigos e familiares que nos deram suporte nesta primeira fase do início de um nova história. ❤
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