A 8-day adventure by Be Read more
  • 9footprints
  • 1countries
  • 8days
  • 66photos
  • 7videos
  • 1.1kkilometers
  • Day 1

    Venda do Duque a Agadir

    June 12, 2022 in Morocco ⋅ ⛅ 23 °C

    Depois de um fim de semana incrível na Venda do Duque para festejar os anos do Seabra, seguimos para uma road trip no Atlas. Ao meio dia estávamos a sair da Venda do Duque, no Alentejo, para passar em casa, buscar as malas, comer qualquer coisa e seguir para o aeroporto.

    A caminho de casa encomendei comida no Uber e consegui enganar-me em duas coisas: no prato que queria pedir e na morada...

    Não tinha noção que ir a Marrocos era tão rápido. Uma hora e meia para Marrakech e mais uma hora para Agadir. O único problema foi que o voo para Agadir esperou por todas as escalas que se atrasaram e chegámos ao hotel quase às 2h da manhã.
    Read more

  • Day 2

    Marrakech

    June 13, 2022 in Morocco ⋅ ⛅ 26 °C

    Alugámos um carro numa locadora local. Vieram nos trazer o carro ao hotel. Provavelmente não têm escritório. Mas até agora correu tudo bem, preenchemos os papéis, tirámos fotos do carro, temos que pagar os 156€ em dinheiro mas não apresentámos cartão de crédito... Só teremos que pagar 1500€ se acontecer alguma coisa ao carro.

    Começámos a nossa viagem e as duas únicas coisas que precisávamos do carro não funcionam: o Bluetooth e o ar condicionado. A primeira paragem é Marrakech.

    À saída da autoestrada mesmo antes da portagem somos mandados parar pela polícia. O Valentim nem estava a ver, tive que lhe dizer para encostar e encostou já depois da polícia... Seguimos o conselho do Ricky, nunca falar em francês com a polícia. Ele pediu os documentos e disse "three hundred dihram, radar". O Valentim bem calmo só respondia "no fast".
    Depois de algumas iterações, o polícia diz "ok, half, 150 dihram". Ao que o Valentim pergunta se é para pagar na portagem... 🤣🤣🤣

    Depois de algumas insistências ele viu que não chegava a lado nenhum e mandou-nos seguir.

    Estacionámos num parque muito perto da praça Djem Al Fna. Tivemos que deixar o carro e as chaves com o arrumador. Não posso dizer que fiquei confortável.

    Passeámos pelos ruas estreitas da medina, cheias de artesanato, e com o cheiro intenso a couro e especiarias. As motas passam pelo meio das pessoas. Parámos para almoçar no Cafe Árabe uma salada de legumes e uma Tagine deliciosas.

    Na colta, comprámos uma coluna ao Tassin. Pediu ao Valentim para da próxima vez trazer uma portuguesa para casar com ele. Fez um "desconto" de 35 dihram.

    Já a sair da garagem dei-me conta que não tinha o telemóvel, só podia ter sido roubada na garagem porque tinha certeza que estava comigo.... Voltamos de marcha atrás para dentro da garagem. Estava eu feita louca à procura do telefone, com três tipos a minha volta que de repente achavam que eu não tinha pago o parque... Finalmente encontrei o telefone caído no carro. Disse-lhes que tinha pago a um senhor mais velho e seguimos viagem.

    A estrada que serpenteia a montanha para subir o Atlas era considerada a estrada mais perigosa de Marrocos. Uma estrada bem estreita com derrocadas a toda a hora, muitos camiões e o precipício ao lado. Mas a estrada está a ser toda refeita, "cortam" a montanha a meio para deixar passar uma estrada mais larga, não tão bonita mas muito mais segura.

    Não deixa de ser um caminho giro, com a terra vermelha e alguma vegetação. As suas aldeias remotas nos tons de vermelho e sempre com a torre da mesquita muito bem conservada no meio.
    Parámos a beira da estrada para comprar meio kg de cerejas por 1€, com um senhor que era uma simpatia, até me ajudou a lavar as cerejas.

    Depois daquelas horas todas de viagem não posso negar que quando cheguei ao Ecolodge L'ile as 20h já não queria sair daqui. Felizmente serviam jantar no jardim, uma sopa de abóbora picante e uma Tagine de frango com limão.
    Read more

  • Day 3

    Ouarzazate ورزازات

    June 14, 2022 in Morocco ⋅ ⛅ 31 °C

    Tomámos o nosso pequeno almoço no jardim com um pavão a exibir-se. Hoje tínhamos muitas coisas para ver e acabámos por cortar uma ou outra para não fazer tudo a correr.

    Começámos por visitar os estúdios Atlas, o Hollywood marroquino, onde são filmados muitos filmes e séries, como 7 anos no Tibete (pois é, não foi no Tibete), A Múmia, Prison Break, Astérix e Obélix, Guerra dos Tronos, Gladiador e muitos mais. Muitas vezes até são as mesmas ruas, aldeias, colunas, castelos, apenas são pintados, filmados e alterados para parecerem diferentes. São feitos aqui por ter mão de obra barata.

    Antes de seguir caminho ainda visitámos o Kasbah Taourirt. Supostamente a Kasbah mais bem conservada de Marrocos. É uma residência fortificada do século XVII que permite ao povo berbere se proteger de guerras, tempestades de areia ou qualquer outra ameaça. Fizemos a visita sem guia, o que se calhar não foi a melhor ideia porque devemos ter perdido parte da história, apesar de ter lido que não se sabe muito.
    Read more

  • Day 3

    Gorges du Dades

    June 14, 2022 in Morocco ⋅ ⛅ 30 °C

    De Ouarzazat até Kelat M'Gouna parece que estamos a atravessar Marte - seja lá xomo isso dor. Um deserto vermelho, sem nada, longe de tudo, sem um ser vivo. Muito raramente uma pequena aldeia meia abandonada, com alguns sobreviventes marcianos. É preciso muita fé para viver aqui, sem água e sem álcool.

    Hoje foi o meu dia de conduzir e também de ser parada pela polícia. Ao contrário do Valentim senti uma pequena adrelina. Não sei se estava preparada para brincar com o polícia. Felizmente ele viu os documentos e seguimos.

    Parámos em Kelat M'Gouna para almoçar à beira da estrada, comi uma Tagine muito melhor do que em Marrakech e a pagar metade do preço.

    A partir daqui tudo muda, estes marcianos moram junto a um rio onde a vegetação toma conta do vale criando contrastes incríveis. Parece que agora é que estamos no estúdio Atlas...

    Já nas Gorges de Dades (canyon do rio Dades), fomos passear pelo vale junto ao rio, no meio da vegetação.
    Read more

  • Day 4

    Merzouga

    June 15, 2022 in Morocco ⋅ ☀️ 37 °C

    Depois de um maravilhoso pequeno almoço seguimos caminho. Sem ar condicionado pensei várias vezes no que estava a fazer. Porque é que não escolhi um destino mais fácil, menos hostil, com mar ou rio, cascatas por exemplo...

    À hora de almoço parámos numa vila para almoçar mais uma Tagine e uma salada deliciosa, no sitio menos turístico de sempre. Mesmo assim, tivemos à conversa com um marroquino que acabou por nos convencer para passar na loja dele antes de nos irmos embora.

    Nós não queríamos levar nada, a nossa casa já tem tudo, mas sabia que a Chen queria um tapete. Acabei por regatear um tapete berbere para ela e trazer mais dois lenços de oferta.

    Estavam mais de 40graus quando chegámos a Merzouga, o ponto de encontro para seguir para o deserto era num hotel. Felizmente, podíamos ficar na piscina até às 19h. Não dava para sair mais cedo por causa do calor.

    Entrámos pelo deserto de dromedário, com um casal de espanhóis e o Ibrahim. Vimos o pôr do sol do cimo de uma duna e ainda tentámos fazer sandboard. Imaginava-me a descer dunas incríveis de prancha nos pés, só que para além de acabar em dois segundos, não dá para virar e ainda temos que subir a pé.

    Jantámos num "acampamento de luxo berbere", vimos o nascer da lua e ainda tocaram músicas berbere.
    Estava tudo a dançar quando uma miúda espanhola de outra grupo, teve possivelmente um ataque de pânico. Segundo ela foi picada por um escorpião. Em segundos já não sentia a perna. Ela e os dois amigos seguiram de moto quatro às 23h. Segundo os guias que já foram picados por escorpiões, os sintomas não são os mesmos. Na realidade nunca saberei.

    Mesmo assim dormimos ao relento, porque estava demasiado calor para dormir dentro das tendas.
    Read more

  • Day 5

    Vale de Draa

    June 16, 2022 in Morocco ⋅ 🌙 30 °C

    Tivemos frio durante a noite, mas a preguiça de voltar a pôr tudo dentro da tenda era maior. Às 5h30 estávamos de pé, os dromedários à nossa espera para fazer o caminho de volta pelas temperaturas frecas da manhã e para ver o nascer do sol no cimo de uma duna a meio caminho.

    Continuamos a nossa viagem até ao Vale de Draa. Um oásis no meio das montanhas com quase 30 km de comprimento rodeado de vilas típicas feitas de adobe. Algumas meio desfeitas, derretidas pelo tempo.

    Ficámos no Kasbah Oulad Othmane. Kasbah é o nome que dão a casas fortificadas. Na realidade devia ser a casa dos ricos da aldeia do século XVIII, quando alguns berberes deixaram de ser nómadas para se estabilizarem nos sítios.

    O Kasbah, muito bem restaurado, tinha vista sobre as montanhas e as "palmeries", o vale cheio de palmeiras de tâmaras. Parte dos terrenos pertenciam a família do nosso anfitrião que veio connosco fazer um passeio no meio das palmeiras para nos explicar todo o processo.

    Fiquei particularmente impressionada com o facto do rio que lá passava já estar completamente seco, com o facto de alguns proprietários terem que fazer poços a mais de 800m das propriedades para poderem regar as palmeiras e pelo facto das palmeiras não regadas já estarem a morrer.

    Possivelmente daqui a uns anos já não há oásis porque só chove 4 a 5 vezes por ano e no verão faz uns 50graus.

    Jantámos uma Tagine no terraço do nosso palácio, na conversa com o cozinheiro que ficou a fazer-nos companhia.
    Read more

  • Day 6

    Taroudannt

    June 17, 2022 in Morocco ⋅ ☀️ 32 °C

    Depois de um maravilhoso pequeno almoço no terraço do nosso Kasbah, na conversa com o cozinheiro, que acabou por nos oferecer uma tagine de barro, seguimos caminho.

    Não tínhamos andado 3km, fomos mandados parar pela polícia. Pediram os documentos, passaporte e perguntam se falamos francês ou inglês. Claro que só falamos inglês, mas eles já sabem dizer ticket speed.

    O Valentim, que ia a guiar, tentou de tudo para nos safar, mas até uma foto com os 68km/h eles tinham. Alguém tinha enviado por whatsapp 😀
    O pior é que nem tínhamos dihrams para pagar, mas acabamos por pagar 15euros em multa antes de seguir.

    Na vila seguinte parámos para levantar dinheiro. Quando cheguei ao carro, o Valentim tinha aceite escrever uma carta para um português, supostamente amigo do marroquino. O problema é que o marroquino não falava português e o português não falava francês.

    No final era o Abdul a ditar em francês, eu a traduzir para português e o Valentim a escrever:

    "Olá Jorge, recebemos os medicamentos e as fotos. O meu pai Ali está bem e mandamos cumprimentos para toda a família benfiquista. A minha irmã vai casar em Outubro, a festa começa no deserto e acaba em Marrakech. Toda a família e amigos portugueses estão convidados. Tragam remédios, paracetamol e outros, que temos carne grelhada e muita comida. Cumprimentos, Abdul."

    No final pediu ao Valentim para reler em português. Vá-se lá saber porquê...

    Agora que tínhamos escrito carta, ele estava em divida para connosco e queria nos convidar para beber chá. Apesar da insistência conseguimos seguir caminho. São táticas de vendas altamente elaboradas. Criar uma relação emocional com o cliente, fazer parecer que o vendedor está em dívida para com o cliente, para levar o cliente até ao local desejado.... muito forte.

    Comemos pela estrada num restaurante que nem talheres nos queriam dar, mas convidaram nos a lavar as mãos. Às 6as feiras à hora de almoço é obrigatório ir à mesquita. Estávamos sozinhos no restaurante.

    Chegámos a Taroudannt cansados, desejosos de mergulhar na paicina da Riad, que não foi fácil de encontrar - 30 minutos às voltas e o dono teve que nos vir buscar.

    Taroudannt é uma das poucas vilas onde o alcool é totalmente proibido. Ainda assim os anfitriões foram connosco comprar cervejas num hotel a 10 minutos da vila.

    Demos uma volta à muralha que dá a volta a toda a cidade (supostamente de 9km) antes de jantar no restaurante que o Charaf nos tinha recomendado.
    Read more

  • Day 7

    Tagazout

    June 18, 2022 in Morocco ⋅ ☀️ 24 °C

    Hoje fomos ao Paradise Valley perto de Agadir, tinha uma expectativa muito alta mas mais parecia o Hell Valley. Quase não tinha água e a pouca que havia estava quase parada, para além do calor terrível que se fazia sentir. A adicionar a isto tudo, o Valentim estava com dor de barriga, possivelmente do jantar de ontem.
    Para compensar o calor, metem mesas e cadeiras na água para quem quiser consumir almoçar ou beber alguma coisa. Não fica muito bonito mas sabe bem ficar com uns pés dentro de água.

    Fomos almoçar a Tagazout, foi o primeiro dia sem comer Tajine.
    O resto da tarde foi a descansar na praia. Aqui em vez do isopo cheio de cerveja, o espetinho das praias e o fio dental do Brasil, trazem tajine e chá marroquino, fazem pausas para resar com os amigos e as mulheres vão à água de burquini.
    Para animar a tarde, vimos um polícia a apreender uma xixa e um puto que roubou uma mala. Não chegou longe porque foi logo apanhado.
    Read more