Colômbia 2017

November - December 2017
A 14-day adventure by Be Read more
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  • Day 11

    Medellín

    December 6, 2017 in Colombia ⋅ ⛅ 28 °C

    Acordar cedo, ir para o aeroporto, apanhar o avião para chegar a Medellín às 10h, foi o início de um dia especial. Dividimos o táxi com uma austríaca que andava a viajar sozinha há 3 meses. 

    Tínhamos uma tarde em Medellín porque no dia seguiamos para sul, para a zona cafeteira. 

    Na verdade, não tinhamos sequer planeado ficar em Medellín era suposto ficarmos numa zona próxima lindíssima, chamada Guatape, mas um casal de portugueses que conhecemos em Cartagena fez nos mudar de ideia.

    Aqui estamos nós com um único plano, fazer um graffity free tour na Comuna 13, uma favela que já foi muito perigosa e que já derramou muito sangue. Se tivéssemos tempo queriamos também subir um teleférico que em certas favelas é o único meio de transporte público. 

    Medellín é mais uma cidade colombiana rodeada por montanhas altas, demora se uma hora do aeroporto até à cidade, atravessando a montanha que os separa com os travões do táxi a chiar e a cheirar a queimado. Almoçámos rapidamente ápidamente no centro e fomos de metro até ao início da Comuna 13. 

    Tínhamos escolhido um tour em inglês com um local. 

    Quando encontramos o guia, percebemos que éramos os únicos na tour. O guia parecia um miúdo de 18, não falava mal inglês mas ficámos com o pé atrás com uma abordagem inicial um pouco forçada para tentar se mostrar logo muito à vontade. Apanhamos os 3 um autocarro para subir até onde era possível na favela. O resto seria a pé, claro. Começámos a subir a pé com o Esteban a explicar os principais grafities de um artista local, chamado Chota. O Esteban morou neste bairro deste pequeno, conhece toda gente, cumprimenta toda gente com humildade. Quando chegámos á parte mais alta no tour, sentamo nos para o Esteban nos contar mais da história do bairro, e principalmente o que ele e os pais viram e viveram. Foi tão forte, ele até pediu para contar em espanhol para ser mais autêntico, no final até chorei com as palavras dele. 

    O bairro foi construído por campestres que tiveram que fugir das casas por causa das guerrilhas, estes pediam o pagamento de um valor ou o abandono das terras. Os que pagavam, sujeitavam se a que passado uns meses as guerrilhas vivessem pedir mais dinheiro e sem poderem pagar tinham que fugir á mesma. 

    A proximidade com uma autoestrada torna o bairro muito atrativo ao tráfico de drogas. É claro com as drogas, vieram os grupos revolucionários como a ENL, a CAP, as FARC e muitas tentativas do governo para acabar com estes grupos e as drogas, matando muita gente inocente como "falsos positivos".

    Os "falsos positivos" são mortes de inocentes que a polícia identificava como revolucionários só para mostrar resultados positivos.

    Em 1995, a guerra da comuna entre os grupos  revolucionários e a polícia matou mais de 3000 pessoas. 

    Acreditam que numa das encostas da montanha visível por toda a comuna 13, onde supostamente é depositada a terra removida para construir casas, estão enterradas milhares de pessoas alegadamente desaparecidas. 

    Noutro ponto da favela, em homenagem a uma criança que morreu no colo do pai devido a uma bala perdida, construíram um escorrega, ponto de homenagem obrigatório para quem passa por aqui. 

    No percurso, o Esteban comprou uma comida típica feita numa panela em cima de uma fogueira embrulhado numa folha de Palmeira... Que acabamos por comer num café em cima do balcão com o dono do café que também era um artista. 

    Esta experiência acabou na galeria de arte do Chota, a pintarmos com pincel na parede da galeria, ficaram lá gravadas as nossas 3 caras com as cores da Colômbia e um sorriso de felicidade. 

    O Esteban podia ter apenas 19 anos, mas a sua maturidade e sensibilidade, foi nos surpreendendo de forma crescente e pouco comercial, proporcionando uma experiência que resume a cidade de Medellín ao Esteban e à Comuna 13. 
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  • Day 12

    Salento, Colômbia

    December 7, 2017 in Colombia ⋅ ⛅ 27 °C

    Eram só 280 km, mas demoramos mais de 7h de autocarro. Não pela condução louca e alta velocidade nas curvas das montanhas, mas pela quantidade de obras que haviam pelo cominho. A chegar a Salento, ainda tínhamos que apanhar um Jeep, porque o eco hostel que reservamos afinal ficava mesmo no meio do nada, num vale com mais duas ou três casas. Mas foi uma agradável surpresa, uma casa bem colombiana com as cores da bandeira, cheia de flores e suculentas a ajudar a decoração retro, no meio de um vale com o som constante do rio que passa no meio. Já era quase de noite, a vizinha preparou nos o jantar a luz dos milhares de pirilampos que andavam no Vale. Read more

  • Day 13

    Salento - Vale Cocora

    December 8, 2017 in Colombia ⋅ ⛅ 23 °C

     Antes das 7h estávamos de pé, porque só depois de apanharmos 2 jeeps diferentes é que chegamos ao vale Cocora, muito conhecido pelas suas palmeiras gigantes que só crescem nesta zona do planeta. Escolhemos o percurso pedestre mais longo, eram apenas 5h, para quem tinha ido à cidade Perdida não era nada. Nas primeiras horas quase não se via o vale, é um percurso no meio da selva junto à um rio, que temos que atravessar uma dezena de vezes, por pontes de madeira pouco fiáveis. 

    A primeira paragem é num terreno privado, onde dão de comer aos colibris, para que possamos ficar a observá-los enquanto bebemos uma bebida quente. São pássaros muito pequenos verdes, com asas pretas e brancas mas que voam demasiado rápidos para serem fotografados. Depois de mais uma subida íngreme, começámos finalmente a descer o val. Infelizmente, começou a chover torrencialmente e o senhor Valentim decidiu não trazer a sua capa para a chuva. Podia ser necessário no hostel. Por isso decidimos arranjar uma forma de nos protegermos aos dois com a minha capa. Acho que estamos preparados para fazer o tigre chinês, pelo menos fez soltar uma gargalhada a muita gente.

    A sorte foi que o tempo voltou a ficar melhor á medida que íamos descendo. 
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