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  • Day 14

    Tétouan

    April 23, 2019 in Morocco ⋅ 🌧 12 °C

    A cidade branca tem a característica Medina com áreas mais ou menos definidas para cada tipo de produto. Sem dúvida que as mais coloridas e interessantes são as dos têxteis. Tapetes e tecidos brocados chamam à atenção com tanto colorido. Mas também continua a haver a parte das peles e dos metais à mistura com as chinesices que se derramam por esse mundo fora e começam a envolver o típico numa massa descaraterizada e sem qualidade.
    Tínhamos destinado este dia para compras. Desde o início que queria comprar uma écharpe de algodão, tão características dos têxteis marroquinos. Pois bem, sai de Marrocos de mãos a abanar. Avistei uma em Chefchaouen. Repito, uma. Há lojas repletas de lenços chineses e nem nos mercados artesanais, nomeadamente nos souqs das sedas, foi possível fazer tal compra.
    Em contrapartida, continuámos a comprar os nossos alimentos frescos nos mercados. Hoje foi dia de mercado das mulheres berberes na medina de Tétouan - belo pão e belo queijo.
    Resta dizer que desta vez optamos por fazer ida e volta nos táxis coletivos - de manhã o carro tem lotação para cinco, mas leva oito; à tarde a lotação é respeitada, mas as regras de trânsito... Estranho é que o preço do táxi coletivo e do autocarro é o mesmo por passageiro - cinco dirham.
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  • Day 13

    Chefchouen e Martil

    April 22, 2019 in Morocco ⋅ 🌧 14 °C

    Chefchaouen acordou a baldes! Quero com isto dizer que ao regressar ao hotel estava com os pés ensopados! No entanto, faça chuva ou faça sol, Chefchaouen é encantador! As paredes caiadas de um anil suave avivam as suas cores com a chuva! Tivemos sorte porque conseguimos ainda assim revisitar uma boa parte com sol aberto e calor, mas a Praça Mohamed V, planeado por Joan Miró, já foi vista debaixo de chuva cerrada. Ficará sempre na minha memória como um sítio de eleição para relaxar e deambular sem destino, espreitando detalhes arquitetónicos ou artesanais a cada paragem. As lojas parecem a gruta de Ali Babá e os quarenta ladrões. Está é uma cidade localizado nas montanhas Rif, bem conhecidas mundialmente pela sua farta produção de marijuana. Por isso, não é surpresa alguma se se for abordado por alguém que queira vender bom produto local para fumar...
    A caminho para Martil, o nosso próximo poiso, passamos ao largo da imensa Tétouan - a cidade branca. Construída nas encostas das montanhas, parece abrigar-se das intempéries e ao mesmo tempo trepar por elas acima como um líquido que escorre ao contrário. É imensamente diferente do que tinha imaginado.
    Martil e uma cidade de praia ainda meia adormecida porque a época ainda vai baixa. Há milhares de conchas à beira-mar e o Mediterrâneo parece um lago de uma onda só. A Corniche - nome francês para a avenida ao longo da praia - tem um passeio largo onde os quiosques e os vendedores de sumo de cana de açúcar já têm alguma expressão, apesar de o tempo ainda aconselhar um agasalho.
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  • Day 12

    Chefchauen

    April 21, 2019 in Morocco ⋅ 🌧 9 °C

    A viagem de Al Hoceima até Chefchaouen é maravilhosa. Fizemos a maior parte pela costa, pelas aldeias de montanha e às vezes tendo que descer até ao nível do mar.
    Sempre imaginei a costa mediterrânea de Marrocos parecida com o nosso Algarve e, por isso, fiquei surpreendida com este serpentear de montanhas.
    À chegada a Chefchaouen ainda temos tempo para aproveitar a cidade azul. A cada passo paramos para tirar fotos. É uma cidade fotogénica, que faz com que toda a gente seja fotogénica também! Pela primeira vez não temos ninguém à nossa volta a propor-nos uma visita guiado ou a insistir que compremos alguma coisa só porque sim. Andamos aleatoriamente pelo labirinto azul até o estômago reclamar e a luz do dia já ter desaparecido.
    Jantámos uma tagine de camarões em frente ao Kashba no restaurante Twins, que, na realidade, tem mesmo dois gémeos a servir... são os simpáticos donos.
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  • Day 11

    Bhalil, Sefrou e Al Hoceima

    April 20, 2019 in Morocco ⋅ ⛅ 11 °C

    Bhalil é uma aldeia Berber onde há vestígios de casas trogloditas. Não passámos muito tempo lá, mas deu para perceber que este é um lugar muito pobre. Há umas meninas a brincar na rua, que colecionam objetos “valiosos” que encontram no chão e colocam meticulosamente dentro de uma bacia de plástico. Com um sorriso aberto e olhares tímidos, sou agraciada com uma bolinha de brocado dourado - o objeto mais cintilante da bacia e, logo, o mais precioso, com certeza...
    Gosto de fazer compras em locais assim. Aqui as pessoas precisam mesmo do dinheiro e, por isso, os vegetais para o jantar são adquiridos numa das tendas na rua principal.
    Sefrou, por seu lado, é um sítio engraçado, com um mercado de vegetais, peixe e carne, não muito diferente dos portugueses. Bom... tirando a parte do matadouro de galinhas ao vivo, que já não é comum em Portugal. De resto, tirando a muralha que rodeia a Medina e o rio que divide o antigo bairro judeu da parte muçulmana, não é um sítio muito peculiar
    Em Al Hoceima estivemos de passagem para a Plague de Torres onde passámos a noite. Mas ainda tivemos tempo para vermos os pescadores a prepararem o barco e as redes para a faina. Rodeado de gaivotas e gatos preparados para abocanharem os restos de peixe das redes. A cinco quilómetros da cidade, na Plage Sfiha, é possível ver a pequena ilha que alberga uma fortaleza branca e imponente - El Peñon de Alhucemas. Belo pôr-do-sol!
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  • Day 10

    Fez outra vez!

    April 19, 2019 in Morocco ⋅ 🌧 17 °C

    Trocadilho à parte, hoje foi dia de relaxar e preguiçar um bocadinho, bem à moda marroquina. Passámos pela Sinagoga Ibn Danan e pelo cemitério judeu. Voltámos à Porta dourada do Palácio Real. O dourado banhado pela luz do sol parece ter íman! À sexta o movimento da Medina é incomparavelmente menor. É como se fosse domingo para os muçulmanos.
    Limitamo-nos, por isso, a fazer compras de supermercado no Carrefour, situado num enorme centro comercial cheio de marcas europeias. O preço das coisas é igual em alguns produtos, mas noutros é incrivelmente menor. Comprámos dois tomates, uma cebola, um pimento e um punhado de salsa pela módica quantia de vinte e seis cêntimos. Apreçamos cinco quilos de tâmaras por treze euros. Ainda assim, os preços são muito caros, considerando que o rendimento anual per capita ronda os três mil e quinhentos euros.
    Chegados ao nosso cantinho ainda temos uns minutos para relaxar ao por do sol no relvado, com uma bela Super Bock e tremoços, como manda a verdadeira tradição lusitana.
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  • Day 9

    Fes

    April 18, 2019 in Morocco ⋅ 🌧 15 °C

    Esta é a segunda vez que usamos o autocarro em Marrocos. Os autocarros são velhos e só os marroquinos se deslocam neles. É uma experiência bem interessante. Percebe-se que a diferença entre ricos e pobres, campo e cidade ainda são abismais. À ida a viagem não tem nada de excepcional, mas a vinda traz miúdos pendurados à sucata na porta de trás do autocarro para escaparem ao pagamento de 2,5 dirham - 25 cêntimos... bastante perigoso!
    Durante o dia vamos deambulando pela velha Medina, às vezes seguindo o nosso plano, outra vezes deixando-nos ir atrás das pessoas que parecem ter um destino bem definido. Visitamos a Madraça Bou Inania - homónima da de Meknes, mas várias vezes maior, com uma mesquita integrada, onde ainda hoje se reza o Corão. Há um pátio central retangular, com um tanque no meio, pavimentado com zellige. Em três dos lados do pátio há galerias, enquanto que o quarto se abre para a sala de orações. Esta é decorada com estuque esculpido e tem um mirabe elegante, com um arco em ferradura.
    O Portão Azul, que na realidade do outro lado é verde, é lindo e imponente, como aliás todos os portões da cidade, em especial o do Palácio Real com os seus portões dourados.
    Visitámos dois espaços diferentes de curtumes - uns mais pequenos, mas onde obtivemos a explicação detalhada do processo para curtir e tingir as peles, e os mais famosos, os de Chaouwara, que optamos por ver só de cima porque já tínhamos experimentado o cheiro nauseabundo nos anteriores e achamos ser suficiente uma só vez.
    A cada esquina espreita algo muito diferente e muito interessante para os nossos olhos europeus. Os souqs de todas as espécies - mel, henna, metal... - maravilham-nos; pequenas espreitadelas para dentro das mesquitas; o Mausoléu de Moulay Idriss II também está vedado a não muçulmanos, mas o que pudemos espreitar é fantástico. A partir de várias ruas, para que se perceba a sua dimensão, é possível ver vários espaços deste complexo, que inclui uma mesquita também.
    Tanto na visita aos primeiros curtumes, como na pausa de almoço, estivemos acima dos telhados da Medina. Que maluquice! Sítio misterioso, cheio de ruelas estreitas e difíceis de percorrer para quem não sabe movimentar-se rapidamente. É aqui que a tecnologia tem um poder fantástico e está a revolucionar as viagens pelo globo!
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  • Day 8

    Meknes, Volubilis e Moulay Idriss

    April 17, 2019 in Morocco ⋅ ⛅ 20 °C

    Dia de regresso à escola! A Madraça Bu Inania - escola onde os rapazes aprendiam a recitar o Corão - é maravilhosa! Muito parecida na sua estrutura com a de Marraquexe, mas um pouco menor, tinha alojamentos para estudantes e professores. Os alunos que tinham entre 8 e 10 anos residiam em quartos duplos no rés de chão, mas os mais velhos e os professores viviam no primeiro andar. Alem disso, há um anexo que era uma sala de abluções.
    À tarde seguimos para Volubilis - aprendemos que este é o nome do sítio porque está coberto de flores de ipomoea - chamada de volubilis pelos romanos. É um complexo extraordinário! Até para os dias de hoje seria uma grande cidade.
    Seguimos para Moulay Idriss, onde se encontra o seu Mausoléu. Não pudemos entrar, naturalmente, porque não somos muçulmanos. Valeu a pena a pequena espreitadela que pudemos dar até ao primeiro pátio, no entanto. Aqui, como o contacto com o mundo não muçulmano é bastante recente, somos muito observados.
    Chegámos a Fez já perto do anoitecer para um jantar preparado “em casa”...
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  • Day 7

    De Oualidia a Meknes

    April 16, 2019 in Morocco ⋅ ⛅ 28 °C

    Cerca de quatrocentos quilómetros separam as duas cidades. À medida que nos aproximamos de Meknes a temperatura vai aumentando, mas como é uma zona mais montanhosa, também é mais verdejante.
    Chegámos por volta das quatro. O caminho até aqui não ofereceu grande novidade porque uma parte já o tínhamos feito para Sul.
    O Riad Jardim de Bahia é fantástico! Uma casa marroquina com o pátio interior que serve para refrescar todo o edifício. Neste caso o pátio é fechado, mas cumpre o propósito na mesma. Todo ele tem o bom gosto da decoração marroquina - simples no edifício, com apontamentos decorativos de uma combinação de cores sempre tão pungente, mas equilibrada.
    Meknes, com a sua pequena Medina, tem os artesãos descontraídos e prontos a conversar com os visitares e a explicar e mostrar os seus ofícios. Há uma zona de madeiras, de bordados e zeillij - mosaico - que deixa qualquer um encantado.
    Para um ponto final certeiro, restou-nos um simpático jantar nas varandas panorâmicas com vista para a praça Al Hadim - parecida com Jamal el-Fna, em Marraquexe, mas bem mais pequena, e um voltinha final para comprarmos as tão apreciadas tajines. Parece que em casa vai haver comida nova.
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  • Day 6

    De Essaouira a Oualidia pela costa

    April 15, 2019 in Morocco ⋅ ⛅ 22 °C

    Hoje foi dia de conduzir e parar a cada momento que a natureza nos pediu. Bom... paramos também para fazer a vontade à Gendarmerie Royale, que, pela segunda vez, estava cheia de vontade de nos multar, desta vez por excesso de velocidade numa estrada tão esburacada que o difícil era apenas conduzir... depois de umas desculpas esfarrapadas de que afinal não é possível ver o vídeo, somos dispensados com um maldisposto “Take care for the next time...”
    Mas a conversa não era esta... na realidade este foi um dia para apreciar o Atlântico com cores diferentes aqui no norte de África. Uma vezes acastanhado, outras de um azul turquesa ou ainda verde esmeralda, é sempre o Atlântico batido, com as suas ondas fortes na maré alta e água pelos tornozelos na maré baixa. Continuamos a avistar os lavradores com os seus burritos, os rapazes a trabalharem nos campos, algumas crianças ao longo da estrada idas ou vindas da escola e cágados a atravessar a estrada!
    Fizemos uma paragem estratégica em Safi para almoçar e visitar as construções portuguesas, nomeadamente a catedral da qual restam apenas as ruínas. É uma cidadela pequena, mas bastante característica. Acabamos por comer uma tagini acima do preço normal num erro básico de turista tonto. Apontamento futuro - acordar o preço com o dono do estabelecimento e não com uma pessoa qualquer que mais tarde desaparece de cena e passa a ser o responsável pelo negócio, ilibando o dono do excessivo preço.
    Saímos então em direção a Oualidia sempre ao longo da costa, até darmos de caras com a lagoa maravilhosa alimentada pela maré. Para além de ser uma visão idílica é escola de surf, sítio de passeios de barco ou a cavalo e local de pouso para pássaros de várias espécies. Para nós foi um lugar para relaxar, apanhar banhos de sol e apreciar os pescadores de polvos na maré baixa. Mais um dia magnífico em Marrocos!
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  • Day 5

    El Jadida e Essaouira

    April 14, 2019 in Morocco ⋅ ☀️ 27 °C

    Deixamos Casablanca para trás em direção à cidadela portuguesa em El Jadida, património mundial da UNESCO. Campos de cereais, cultivados à mão e com arados puxados a cavalo ou burro, separam as duas cidades. Ainda é possível ver alguns acampamentos nómadas nesta planura sem fim. Rapazes montados nos seus cavalos ou burritos parecem atarefados neste domingo de manhã.
    É um sítio interessante, Mazagão - El Jadida agora. A cisterna portuguesa é imensa e acumulava água da chuva, num depósito abobadado de 34mx 34m, com uma profundidade a rondar os três metros. É um local belo e silencioso. Temos um ancião vestido de branco a explicar-nos a descoberta recente e o funcionamento deste tesouro português - 1906. O forno comunitário também nos é mostrado por um marroquino. Continuam a cozer o pão para as famílias que vivem na cidadela. Os panos de louça em cada tabuleiro de madeira definem a família que os virá recolher. Só é pena que estes guias fiquem maldispostos de imediato se não concluirmos a visita com uns dirham... Mas a cidade vale a pena a vinda e a vista para o mar, a partir dos baluartes portugueses, é magnífica.
    Separam-nos ainda mais de duzentos quilómetros de Essaouira. A temperatura ronda os 34 graus na autoestrada. A paisagem fica cada vez mais castanha, a assemelhar-se ao Alentejo em pleno verão. O país parece empobrecer a cada quilómetro. Toda a gente parece andar de burro e ainda vemos muitas terras a serem lavradas com a sua ajuda. Os arados são de lâmina simples, encavados nuns barrotes tortos de madeira. Em contrapartida, temos que ultrapassar enfardadeiras gigantes nas estradas que ondulam ao sabor das searas.
    Assim que entramos em Essaouira a maresia invade-nos e a maré baixa deixa todos os veraneantes à vontade para desfrutar da praia até bem depois do pôr-do-sol.
    Nada melhor do que terminar o dia a comer uns camarões e um linguado grelhados nos restaurantes dos pescadores ao pé do porto, seguida de uma volta pela atarefada Medina que começou a esmorecer lá para a meia-noite...
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