Dia 18- Alguns pensamentos

Hoje disponho de mais algum tempo para assentar algumas ideias, que parecendo óbvias a todos, muitas vezes esquecemos.
Já ando nisto há alguns dias e aquilo que trago na minha " frogoneta" éRead more
Hoje disponho de mais algum tempo para assentar algumas ideias, que parecendo óbvias a todos, muitas vezes esquecemos.
Já ando nisto há alguns dias e aquilo que trago na minha " frogoneta" é suficiente para viver , sem preocupações, durante muito tempo. Até acho que trago coisas a mais, pois, de muitas delas ainda não fiz qualquer uso. Isto leva-me para outros pensamentos que têm a ver com o tempo que perdemos na nossa vida a acumular coisas sem necessidade, a competir, ou mesmo a passar por cima de outros para as ter e por vezes a sofrer porque as não conseguimos.
A noção de posse tem que ser revista por todos, pois como bem sabemos quando partimos, não levamos nada, ou seja, podemos ter muitas coisas, mas elas não são realmente nossas, são simplesmente emprestadas. O dinheiro, a casa, o carro, a fama, os terrenos, o País, os relacionamentos, os filhos e até a própria vida não é nossa!
Podemos durar mais ou menos tempo, mas tudo isso fica cá , quando nos formos. Iremos embora como quando chegámos : sem nada!
Por isso, não se compreede a soberba, a maldade, a vontade de conquista de território, o querer ter sempre mais e mais , mesmo maltratando ou rebaixando outros, a ganância, a procura de fama e protagonismo, etc.
Sei que isto sempre foi assim na história do homem e do mundo, que construiu à sua semelhança, mas será que isso faz algum sentido?
Ainda temos muito a aprender com os animais irracionais... acho que estou com saudade dos meus cães.Read more
Quando comecei a planear esta viagem, não tinha previsto a vinda à Bretanha. Contudo, depois de algumas leituras, vi que valia a pena vir e fiz um planeamento, muito geral, que só pormenorizei ontem. Assim, nada do que vou fazer tem a ver com o que inicialmente pensado e até agora não me considero desiludido, antes pelo contrário. O tempo é que não tem estado pelos ajustes, muito instável, embora a chuva não tenha sido persistente e forte, já choveu a " molha parvos" mas não muito... Parece que em Portugal, na minha zona, a temperatura anda pelos quarenta e tais, safa...
Hoje foi um dia que pensei como viagem curta , para relaxar e aproveitar para fazer algumas tarefas domésticas, como lavar a roupa ( não sei se irá secar, pois o sol não aparece) e organizar a " frogoneta" pois o tira e mete do material , provoca um caos no material...
Entrei pois na Bretanha, muitos prados, muita vaca, tudo muito verde ... a lembrar um pouco o countryside da Grã Bretanha ( há quem chame esta zona de Little Bretanha). Bom vim ficar a pouca distância de Nantes, mas mais perto do coração da região, para onde vou amanhã, contudo este local onde estou, que pensei somente como " escala" , é lindo também, junto ao canal Nantes - Brest que é todo ciclável ( são 320 Km) que deve ser um passeio também excelente. Aqui ao meu lado está um casal holandês com um filho de cerca de 10 anos ( os holandeses estão por todo o lado... pelo que tenho visto ao longo destes dias mesmo nos passeios que dei em Portugal, devem ser o povo que mais passeia , neste momento na Europa) que deixou o carro em Nantes e está a fazer o canal todo de bicicleta e depois regressa. Este parque de campismo é municipal ( existem vários, já tinha ficado noutro , são excelentes e paga-se pouco) está cheio de jovens e na zona podem fazer montanhismo/ escalada, canoagem, BTT, passeios e tem alguns elementos como slide, campo de futebol, basket e outras zonas de lazer. Eu por mim, hoje descansei a bike , mas aproveitei a beleza do local e fiz uma caminhada ao longo do canal, de cerca de 10 km por uma floresta maravilhosa e com a ida ao pico mais alto da zona de onde se vê uma extensão grande do canal. Não foi tempo perdido! Antes, no deslocamento, passei por algumas aldeias, sem interesse,mas perto daqui onde estou, está uma vila muito bonita, onde passeei um pouco também. Chama-se Redon, onde passa um dos rios que "abastece" o canal e onde existe um sistema de comportas, histórico, que deixa passar os barcos pelo canal. Como monumentos a abadia de Saint Sauveur do séc XIV, impõe-se, principalmente a sua torre de 40 metros, que está separada da igreja. O Hotel de Ville ( Câmara Municipal) é outro dos edifícios de porte excepcional, mesmo ao lado da basílica. A zona antiga também tem muito charme, com algumas casas medievais, recuperadas e com a zona de R/C transformada em lojas.
Para os interessados fica mais informação sobre o canal e a ciclovia Nantes- Brest, que atravessa longitudinalmente toda a Bretanha: https://www.francevelotourisme.com/destinations…Read more
Ainda em relação a ontem, fiquei instalado num chamado Carcamping , com um processo bem simples: tiramos um ticket, tipo parque de automóveis , instalamos-nos onde houver espaço e no fim vamos pagar à máquina antes de sair. É muito cómodo pois está a 600 metros da entrada do parque, tem balneários, WC e eletricidade, por 24 h fica mais ou menos 20 euros. Durante a noite choveu, durante o dia esteve bastante carregado não houve chuva, pelo menos até agora...mas está a ameaçar.
Hoje lá saí cedo, como habitual, novamente pela estrada nacional ( ainda não vi um buraco nas estadas nacionais, somente dentro das cidades). A paisagem continua plana, com milho e girassol ( nestes milhares de km que fiz em Espanha e França ainda não vi um único eucalipto) mas perto de Nantes começaram a aparecer as vinhas e os Chateau, pois já temos o Rio Loire a passar em Nantes e o vinho do vale do Loire também tem nome. Cheguei cedo e pela primeira vez, o parque que tinha planeado ( a cerca de 5 km do centro) estava cheio. Vi novas opções e encontrei outro a cerca de 15 km do centro junto ao Loire. Ainda bem pois esse era um parque de 5 estrelas ( ainda não tinha visto nenhum) e ia certamente pagar uma nota preta. Fiquei neste de 3 * e muito bem, está cheio de famílias , com bicicletas que andam a fazer passeios ao longo do rio. Na parte da tarde ainda fui a Nantes de bicicleta por ecovia/ciclovia sempre nas margens do rio até mesmo ao centro.
Entrei na cidade e deparei-me logo com o Castelo dos Duques da Bretanha, uma obra fenomenal do séc. XV, altura em que Nantes era a capital da Bretanha ( agora pela organização territorial já não pertence a essa região, mas sim ao "País do Loire", embora pelos prospectos turísticos que vi, eles faziam propaganda a passeios na Bretanha, começando e acabando aqui). O castelo agora é o Museu de História e centro de exposições. A catedral do séc. XV também é mais um colosso em altura, mas também se encontra em obras (penso que os franceses estão a aproveitar o dinheiro do PRR, também para renovar os monumentos). Além da catedral existem mais duas igrejas imensas, uma delas com uma cúpula na torre muito original. Pela cidade, que é relativamente moderna e plana com boas ciclovias, existe uma exposição a céu aberto e alguns monumentos foram intervencionados/ modificados por artistas de renome, como por exemplo numa das praças principais, da fonte existente , foram retiradas as estátuas e colocadas bonecos de pessoas reais da cidade , na mesma pose que estavam as figuras, mas vestidos com roupa normal. Até encontrei uma estátua, na cidade, que me parecia o Ronaldo ao longe. Amanhã vou para a Bretanha uns dias, depois volto ao Loire para continuar a ver este lindo vale cheio de vinhas e os seus Chateaux.Read more
TravelerA Bretanha é enorme e de uma beleza ímpar. Só percebes mesmo depois de lá andares. É terra de crepes. Começas com os salgados e acabas com os doces. Crepes e mais crepes. Também é boa terra para marisco. Se gostares de menires passa em Carnac; para ver a base naval do Atlântico é ir a Brest; para ver uma pequena aldeia florida é ir a Rochefort-en-Terre; e não vamos esquecer o Mont Saint-Michel; nem Saint-Malo. Pequenos exemplos, apenas ilustrativos pois existe tanto para ver. Abc
Hoje foi o dia inteiro, dedicado ao parque temático Puy du Fou, por muitos considerado o melhor ou dos melhores do mundo. Num vale aqui no meio do nada, só com algumas aldeias à volta, foi construído um parque fora de série, para onde confluem milhares de pessoas diariamente, quer chova ou faça sol ( olha isto acontecer no Alentejo ou numas berças quaisquer... Lisboa e Porto nunca permitiriam) . Aqui são desenvolvidos vários espetáculos temáticos, de uma forma geral relacionados com a história de França. Abre portas às 9h00 e fecha às 23h00. A primeira coisa que fiz hoje foi sair do parque de campismo onde estava, por volta das 5h00 para estar aqui por volta das 7h30,para tentar arranjar um parque campismo próximo da zona e poder ir a pé, o que consegui. Assim às 8h00, já estava nas portas de entrada, na fila, que já tinha centenas, que isto se filas hoje não se fala. Tirei antes o bilhete na NET e instalei a aplicação do parque que de acordo com algumas preferências me sugeriu um programa horário para o dia completo e assim foi-me conduzindo aos locais às horas necessárias. Isto tem que ser assim pois os espetáculos têm horas e alguns repetem-se ao longo do dia. Julgo que não vou ver todos os espetáculos pois eles recomendam 3 dias. Um dia é cansativo, mas sozinho ( o que é pena) faz-se.
Todos os espetáculos são um misto de realismo, efeitos especiais, luzes e cores e os locais onde eles decorrem são autênticos museus, com os recheios próprios do tema ou seja materiais que são reproduções muito fiéis se não forem mesmo originais. Os figurantes pela sua postura e acrobacias que fazem são na sua maioria actores profissionais e alguns deles como o dos romanos tem muitos figurantes.
Cada tema conta uma história mais ou menos realista.
Além de outros, os excelentes que vi foram : a passagem por uma trincheira da I Guerra Mundial em Verdun grande realismo em tudo , com fumo, trincheira a abanar, tiros, bombardeamentos, no inverno de 1916. O segundo a história do primeiro rei dos Francos ( no séc. V com a queda do império romano aparece um bárbaro que se torna rei dos Francos , na Gália ) depois os Vikings ( com uma aldeia Franca a ser atacada pelos Vikings e depois estes a converterem-se e a fixarem-se na Normandia) a seguir o desaparecimento de um navio francês o Pérouse ( que para mim foi o melhor, parece que estamos mesmo num navio, no porão, e depois em naufrágio), após isso A Epopeia do Rei Artur ( Idade Média e tradições da Bretanha). Depois os Romanos e os Cristãos para o qual foi construído de propósito um coliseu, o Mimo e as estrelas ( conta a história do período antes da I GM e da passagem do cinema mudo ao falado e só a PB para cores) já durante a noite, As noites de Fogo, um espetáculo fenomenal, dos melhores deste gênero que já vi, com música, luz, fogo, dança, foguetes tudo isto em cima de um lago.
De registar que andamos pelo parque que além de restaurantes. hotéis, tem excelentes jardins e plantas, tem uma praça a representar os anos durante a I Grande Guerra, uma aldeia medieval, autêntica que devem ter trazido de algum lado e montaram aqui, tudo num ambiente de excepcional organização .
Os locais dos espetáculos estão também bem separados entre eles e os seus efeitos ou sons não interferem com os outros. 99 % dos visitantes são franceses, vê-se muito poucos estrangeiros e os espetáculos são em francês embora existe WiFi e através da aplicação consegue-se ouvir a conversão para inglês, espanhol e alemão.
Conclusão: agradeço ao Gen Sampaio a proposta, quase como uma ordem e digo o mesmo... se poderem passar nesta zona, não podem perder a ocasião.
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Já deixei as vinhas. Hoje segui para Norte em direção a Poitiers, estrada Nacional 10, com 2 faixas para cada lado, cheia de camiões de todos os países. Passei pelo menos por dois portugueses. A paisagem agora mais parecida com o nosso Alentejo, com algumas colinas, estava pintada de castanho claro, verde e amarelo vivo ou seja das searas para o gado acabadas de cortar, de milho, mas principalmente de girassóis . Hectares e hectares a perder de vista. Esta deve ser uma das zonas agrícolas mais importantes de França pelas dimensões... O tempo hoje tem estado com sol e depois fica de repente nublado como se fosse chover, mas isso ainda não aconteceu.
Visita primeiro à cidade, cuja característica principal é ter muitos edifícios residenciais, que ainda hoje se mantém, do séc XV e XVI e grande parte da universidade é também,na parte antiga da cidade e nesses edifícios. Aqui nasceu René Descartes e aqui foi ouvida Joana d'Arc, antes de ser queimada viva. Uma catedral impressionante, uma igreja com fachada do mesmo género da de Angoulême, que está em obras e um Palácio impressionante mesmo no centro da parte antiga, mas que também esta em recuperação . As ruas interiores, como em Bordéus e Angoulême são de uma forma geral estreitas, lembrando um pouco os bairros mouros. De seguida, fui ainda ver ( por fora) o Futuroscope. Quando cheguei ( por volta das 10h) os parques de estacionamento estavam praticamente cheios. Milhares de pessoas estavam certamente,a usufruir de um dia de "futuro".
O parque de campismo é um pouco fora da cidade, numa aldeia ou vila não sei, a mim parece-me mais aldeia, chamada Voullié com piscina ( ao lago do camping), restaurantes, um hotel e um parque de campismo que faz inveja a muitos que já conheço.
Hoje faço 15 dias disto, já vi tanta coisa , que me esqueço ou baralho os sítios. Por isso esta aplicação é boa...
Assim queria fazer um balanço do que vi e do que mais gostei ou impressionou:
- um monumento ou edifício: museu Guggenheim, sem dúvida
- uma cidade como um todo: Bordéus primeiro , Santander depois.
- um centro histórico: Talvez Hondarribia.
- um percurso natural: parte das Astúrias e Cantábria, com os picos da Europa à direita e o mar à esquerda.
Para amanhã alterei o planeamento e com o aconselhamento de quem conhece bem a zona, vou até ao maior parque temático do Mundo.Read more
O dia foi chuvoso ou nublado,mas curiosamente sempre que saía para os passeios intermédios e os finais, deixava de chover ... parecia de propósito. A primeira paragem foi para deixar uma mensagem especial.
Depois segui sempre com vinhas ( que parecem que são podadas a régua e esquadro de tão lineares e sem serem regadas) a perder de vista, com Châteaux de 500 em 500 metros ( certamente não todos de grande qualidade) numa zona, não tão plana como ontem, já com algumas colinas em certas áreas, para mais um sítio espetacular e património da humanidade : a cidadela de Blaye construída pelo maior arquiteto de fortalezas militares : Vauban, nos anos de 1600.
É um pouco semelhante à nossa Valença, do séc XVIII, em que o arquiteto também francês, talvez se tivesse inspirado nesta. O estado aparentemente degradado das casas no interior da cidadela, têm o seu charme e são ocupadas por bares, lojas de artesanato, exposições,restaurantes e até um hotel. No interior existe também um parque de campismo e uma vinha, que produz vinho, dizem, de alta qualidade. Está colocado num sítio de grande valor estratégico para a defesa militar e de beleza paisagística.
De anteriormente, no local existem ainda vestígios de um castelo do séc XII, e restos também de ocupação romana.
De seguida rumei para Cognac, a origem da famosa bebida, continuando sempre no horizonte as ditas vinhas e passei numa das maiores, que reconheci o "courvoisier". Cheguei a Cognac, que não é nada de especial e curiosamente no meio de imensas lojas , só existia uma a vender o vinho da zona e nada de conhaques. Pelo que vi, nos reclames, ao longo do caminho os Chateau fazem a sua venda própria...
De seguida, mais um parque de campismo de 4 * , num local privilegiado de Angoulême , junto a um lago e a cerca de 6 km do centro da cidade, que é servida por um rio que a contorna e com imensos circuitos de bicicleta, em cenários lindíssimos , que eu aproveitei para fazer também.
Angoulême, na sua cidade antiga, que é numa colina ainda bem elevada, dispõe do Hotel de Ville ( Câmara Municipal) mais impressionante de toda a França( foi o castelo de um conde do séc XV e que mais tarde no séc XVIII foi transformado e adicionado às torres do castelo, outras dependências dando -lhe um aspeto imponente) e uma Catedral com uma torre e uma fachada espectaculares, do mais bonito que existe. Diferentemente de todas as outras em França , que são em estilo gótico esta é em estilo românico. O seu interior , contudo , é muito simples.
Angoulême é também conhecida pela banda desenhada e pelos festivais internacionais de cinema .Read more
O último passeio que demos foi à Casa/ Museu do Aristides de Sousa Mendes, já andavas muito debilitada,mas mesmo assim aguentaste. Julgo que te identificavas muito com ele, como mulher de causas que eras. Assim lembrei-me que seria importante para ti deixar por aqui em Bordéus, no local onde ele era Consul e salvou tanta gente de ser preso e morto, uma recordação nossa. Revi os sítios onde tinha passado ontem e achei por bem deixar uma pedra para ti num local que gostei muito, bem calmo e bonito fora do centro e onde passam os peregrinos para Santiago de Compostela. Fui lá hoje logo de manhã para colocar a minha mensagem: "Agradeço o privilégio dos bons momentos que passámos juntos. Descansa em Paz".Read more
Dia perfeito, embora não planeado, correu bem. Sábado para visitar uma grande cidade é sempre bom, pouca gente ( os residentes estavam todos a sair da cidade, quando eu estava a entrar, certamente à procura da água fresca do mar) e poucos carros. O deslocamento deu-se mais uma vez pelas estradas nacionais, com uma pontuada ainda no mar e se dizem que o nosso Alentejo é planície, não conhecem esta Aquitânia. Milheirais de perder a vista, tudo plano, mas mesmo plano e retas de muitos km. Curioso é que pelas aldeias por onde passei, vi poucas ou nenhumas casas com mais que o a R/c e pelo que me pareceu a construção não é de grande qualidade, até diria pior que em Portugal. Não sei se será assim por todo o lado,mas pelo menos por aqui é assim e não se vê casas de grande ostentação, como no nosso país ou em Espanha tbm. Bom então Bordéus é também uma grande cidade, sem arranha céus, com casas praticamente todas em pedra, com um rio de águas completamente amarelas, com muitos turistas também e pensei que por esta zona houvesse menos africanos e muçulmanos , mas não, há muitos. Na zona leste da cidade ( para o lado da estação de CF) há ruas onde é só casas de kebab e lojas de bugigangas daqueles lados, assim como gente dessas zonas e não se ouve falar francês...rapidamente saí de lá. Polícia não vi um único... E vi também alguma miscigenação... É a política de integração francesa, que se está a espalhar pela Europa e que naturalmente vai ter efeitos em tudo , nas políticas, na religião, na educação, na lei.
São poucas as largas avenidas e existem muitas ruas ( as laterais) em que só lá consegue passar um carro ou mesmo nenhum, dando aspeto de medina árabe, caso os edifícios não fossem altos.
É uma cidade amiga do ciclista. Embora não se vejam muitos, pelo menos hoje , que é fim de semana, mas é natural que muita gente use a bicicleta, pois a cidade também é um propícia a isso, por ser muito plana. Existem inúmeras ciclovias, por vezes até fiquei baralhado e onde não existem é marcado nas vias dos autocarros, que tem quase o dobro da faixa normal dos carros e em muitos sítios um separador alto que não dá para sair ou entrar nessa via. No passeio pelos arredores vi também dois acampamentos de ciganos e sinais dos tempos e do país, estavam em autocaravanas e caravanas. Também na periferia está concentrada toda a universidade com 4 campus e onde existe tudo: piscina, estádio, residências, além ser servidos pelos transportes.
Nos arredores da cidade já se começam a ver os famosos Chateau e as vinhas. Por aqui também é caminho de Santiago, pelas conchas que se vêem, nalgumas ruas. A cidade tem vários monumentos, património Mundial, mas alguns deles estão em restauração, como a monumental catedral.Read more
TravelerEssa planície que descreves vai até aos Urais. Daí a importância dos carros de combate nas guerras que tiveram lugar na Europa. Quanto aos ciganos, em França, ao contrário de Portugal, a maior parte dos ciganos são nómadas, sempre em grandes grupos de caravanas e roulotes. Boa viagem.
A região sudoeste de França denomina-se assim . No meu deslocamento para Norte comecei na zona de Bayone e vim até à região de Biscarrose uma região lindíssima cheia de floresta, rios, lagos e mar. Pois desde que saí foi sempre planície, com culturas ( neste momento é milho) e florestas , estranhamente não vi um eucalipto. Esta é a zona do carvalho, certamente para fornecer para os produtores de vinho mais a norte. Contudo existe também muito pinheiro e alguns sobreiros, além de outras árvores comuns na zona mediterrânea.
No meu deslocamento sempre numa faixa paralela ao mar existem também imensos lagos e vê-se que há uma certa organização na gestão da floresta, por causa dos incêndios: as espécies estão misturadas, não se vê km e km de pinhal, existem tipo faixas de pinheiros, depois carvalhos, depois culturas e isto permite combater melhor os incêndios. Tenho seguido pelaa estradas nacionais e curioso, eles não usam bermas, nem sequer marcações, acaba o alcatrão e é a terra.Existem sempre ciclovias ao lado das estradas, para que os ciclistas não vão para a estrada. Passei em algumas vilas sem nada de especial, somente uma torre de igreja do séc XII (o corpo caiu em 1800 e qualquer coisa e optou-se por ficar assim),que é património mundial de UNESCO, em Mimizan. Fui a algumas praias aqui no chamado Golfo da Gasconha, e o que se vê , como em Espanha são centenas de surfistas de todas as idades. Esta é uma área que deve geraluito dinheiro. Não acompanho este desporto, mas certamente seria uma boa oportunidade , para as nossas praias do norte do país. A parte da tarde. foi para uma volta de bicicleta, cerca de 60km, sem bateria elétrica, não é necessário, pois o terreno é todo planinho. Foi um passeio pelos lagos, que são dois, ida à praia e sempre em floresta, com imensas sombras e sempre em ciclovia ou seja alcatroada. Encontrei centenas de ciclistas, muitas famílias, país e filhos, casais e muita gente a fazer o mesmo que faço em Portugal, com alforges, tenda etc. Passa também pela região um caminho de Santiago ,na torre da igreja património mundial.
Os lagos são de água doce não tem contacto com o mar e são aproveitadas pelas famílias para veranear ( estavam com imensa gente) tem muitas escolas de vela, canoagem e outros desportos marítimos. Na zona existem imensos parques de campismo ( em relação a isto existem parques de 4,3 e 2 estrelas e isso reflete -se como é óbvio no preço). Hoje fiquei num de 2 * e é óptimo, foi talvez de todos em que fiquei até agora que me deram um espaço com muita sobra e muita privacidade. Só que não tem piscina, parque infantil e outros divertimentos. Paguei metade do preço do de ontem... Em Espanha pagava pelo espaço que ocupa as, aqui dão uma parcela com 50 M2 e pagas o mesmo se tiveres roulote, mais carro e mais pelo uma ou duas tendas.
Existe aqui na zona uma grande base aérea. um aeroporto civil onde dão cursos de helicóptero e asa fixa , o museu do hidroavião e um espaço enorme junto ao mar que é um campo de tiro de mísseis.Read more
Entrei em França mas o País continua a ser o Basco, pois os franceses nesta zona, consideram-se igualmente Bascos como os Espanhóis. Embora não se veja a bandeira basca e a língua não seja imposta nos placards, ou sinalização geral, a cultura basca também existe, embora sem muita ostentação. Hendaya também não tem nada de especial e primeira paragem St Jean de Luz, local onde muitos iniciam o caminho francês para Santiago . É uma vila pequena, com praia e com alguma graça, pelo que é o primeiro contacto com a língua ,a arquitetura francesa e a maneira de ser dos franceses, aqui nesta zona muito fechados e antipáticos. O combustível, reparei logo muito mais caro que em Espanha e Portugal : o gasóleo aditivado 1.778e/litro, as estradas , sem buracos mas cheias de remendos. A sinalização menos preventiva que os espanhóis e mais semelhante a nós, embora existam tbm muitos radares e nas povoações 30 km/h máximo. Como ando sempre pelas estradas nacionais , que atravessam muitas povoações, ando sempre em marcha lenta.
De seguida Biarritz e aí os hotéis, palacetes, vilas, e casas rococó impõem-se numa praia ( que são duas) que é referência no turismo de praia. Fiquei um pouco surpreso por não existir uma marina com veleiros e iates...existe uma coisa diminuta, que nem marina se chama. Por fim Bayonne, que também tem um centro histórico muito agradável e bonito, além da sua catedral gótica que iniciou a construção no séc XII,mas que demorou vários séculos a ser terminada e que é património Universal.Tem umas telas enormes espetaculares, uns vitrais lindos e um claustro espetacular, com vários acessos para a rua e que é usado para exposições e mostras de artesanato.
O que mais chama a atenção nos edifícios é as portadas das janelas, de várias cores e muitos tem madeiramento atravessado mas paredes exteriores como mas aldeias medievais inglesas, já que está cidade foi inglesa três séculos.
Esta era também uma cidade muralhada, embora parte da muralha já desapareceu. É servida por dois rios e estava cheia de turistas, aliás todos os locais por onde tenho passado está tudo cheio, bem como os parques de campismo com pessoas em autocaravana ou caravana. Por falar em parque, este é o primeiro em França e o preço para colocar o carro e dormir dentro dele é 50 euros e nada de especial, muito inferior à maior parte dos nossos e está situado num sítio florestal longe dos centros populacionais..Read more