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  • Day 246

    Pokhara - Kathmandú - Nagarkot

    March 24, 2023 in Nepal ⋅ ⛅ 22 °C

    En Nepal, la esencia del budismo tiene algo especial. Puede que esté relacionado con el hecho de que las personas vivan en el techo del mundo. Esta constante unión con las montañas-buda actúa a modo de recordatorio sin tregua de que somos solo humildes seres mortales con vidas demasiado cortas para los sufrimientos tan infinitos que nos creamos. Las montañas más altas del mundo sobresalen más grandes que cualquier otra cosa que les rodee, los picos blancos aparecen por entre las brumas matinales como fantasmas gigantes guardianes de nuestras almas. Frente a la muralla de los Himalayas, la insignificancia del hombre cobra más sentido que en cualquier otro lugar. En Nepal ondean las banderas de las oraciones por todos lados, las estupas están construidas en los lugares más inhóspitos y los ojos de Buda te serenan desde los rincones; para recordarnos que el mundo interno gana inevitablemte la batalla contra el mundo material, algo que tan fácilmente olvidamos cuando vivimos rodeados de cemento y asfalto y plástico y luces led. En eso se basa la esencia del budismo a fin de cuentas, que no le reza a ningún dios, que no le pide a nadie que nos salve del fuego eterno, la liberación reside en uno mismo.

    Meditar en Nepal era fácil, caminando con las mochilas a cuestas, al lado de los nepalíes que caminaban con la comida y las bombonas de gas colgando de la frente (no había otra forma de llevar los bienes a las aldeas más elevadas, lo cual no dejaba de producir frustración cuando éramos sobrevolados por helicópteros de turistas), todos repitiendo nuestros propios mantras bajo la atenta mirada de las montañas-buda; o paseando por las ciudades, que palpitaban con una sorprendente vivacidad al mismo tiempo que invitaban a sentarse bajo el aire purificado de las banderas de oraciones.

    Incluso entre los gigantes, debe haber un rey, y aunque tuvimos el placer de ver varios de los 14 ochomiles del planeta en solo unos días, yo quería ver al rey. Madrugando y pasando frío pudimos ver el pico del Everest muy muy a lo lejos, pero me queda pendiente atacar el campamento base en una futura visita (una en la que no llevemos la mochila llena de ropa de verano 😂).

    A pesar de ser uno de los países más pobres del mundo, las ciudades de Nepal nos sorprendieron con una mezcla interesante de juventud vibrante y tradiciones palpables entre los rincones de las calles, y todo nos parecía tremendamente tranquilo y limpio y agradable, aunque sinceramente después del shock de India cualquier cosa parece limpia y agradable. No tan agradable fue pasar los últimos días sin poder salir de la cama debido a una intoxicación alimentaria pero la verdad es que ya era extraño que no hubiéramos cogido ninguna desde que llegamos a Asia. Bien purificados del estómago volvemos a la impredecible India para lo que serán 4 días de agotadores viajes por tierra entre autobuses nocturnos, trenes llenos por encima de sus posibilidades y los habituales caos y enfermedad.
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  • Day 233

    The Himalayan Dream: Annapurna

    March 11, 2023 in Nepal ⋅ 🌫 3 °C

    Este é possivelmente dos capítulos mais difíceis e ao mesmo tempo fácil de escrever pela infinitude de acontecimentos que passaram tanto ao largo do trecking como dentro de cada um de nós. Foram, sem dúvida, dos melhores e mais marcantes dias, cheios de emoções, mais conectados e em harmonia como acontece sempre que convivemos demasiado tempo na natureza (já não estamos habituados). Existe algo nas montanhas que não se encontra em mais nenhum lugar, que nos magnetiza, nos faz sentir pequenos e insignificantes (faz-nos mais vezes falta). As montanhas são sábias, as primeiras e últimas vigilantes do planeta, dispostas a partilhar a sua sabedoria com quem estiver atento e procurar ouvir. Ao seu lado sentimo-nos mais respeituosos, humildes e existe um espírito de entreajuda silencioso entre todos os que caminham à sua superfície.

    Esta nova aventura começa na cidade de Pokhara a apenas 20km dos Himalaias. Estamos cansados da viagem de Lumbini a Pokhara. No hotel esqueceram-se de marcar lugar no autocarro e tivemos que estar sentados aos saltos, pelos buracos intermináveis da estrada, durante sete horas, em bancos de madeira. Descemos do autocarro já ao final da tarde.
    Tivemos ainda que preparar toda a logística para o trecking que começamos no dia seguinte. Obtemos as licenças para entrar no parque natural de Annapurna, comprámos bilhetes de autocarro para uma aldeia onde começa este trecking e alugámos o material essencial que nos faltava: o saco cama e um casaco quente para as baixas temperaturas. Nesse momento passa em frente à loja onde estamos o Scott.
    É curioso como sempre nos cruzamos com as pessoas que vamos conhecendo, nem que seja de cara em diferentes partes do mundo. Apesar da Ásia ser um continente imenso, os turistas acabam por ir sempre aos mesmos sítios, hotéis e restaurantes, recomendados pelo Google. Como o Scott tem menos dias vai fazer uma versão mais curta do circuito, de cinco dias, até à base do Annapurna, um dos picos maia altos dos Himalaias e uma das montanhas mais altas e perigosas de subir no mundo. O circuito que temos pensado fazer com o Miguel, por sua vez, dura doze dias e dá a volta completa a esta cordilheira.

    Chegamos por fim ao hostel, para descansar mas antes de nos deitarmos o Scott apresenta-nos um rapaz alemāo, que vai fazer o mesmo circuito que nós. Este avisa-nos de que o clima vai piorar bastante nos próximos dias e que à que se tem que se tem que ir preparado de material, física e mentalmente para o que aí vem. O rapaz notava-se assustado e deixou-nos apreensivos. Eu ainda me encontro um pouco adoentado, estamos bastante cansados dos últimos dias a saltar de cidade em cidade e a ideia de caminhar tantos dias em condições adversas de repente não nos parece tão apelativa. "Não viemos para sofrer". Vamos dormir, tardiamente, com a decisão tomada.

    É com pena e um pouco de vergonha que telefonamos, no dia seguinte, de madrugada, ao Miguel, a informar da nossa decisão de abondonarmos o circuito. Parece-nos mais sensato ir antes com o Scott ao outro percurso mais curto e adequado ao nosso estado de ânimo. Entramos no autocarro, com destino a Ghandruk, uma pequena aldeia de etnia gurung, de onde iremos começar a caminhada à base do Annapurna. Este deixa-nos a 30min da aldeia, não pode seguir pelo mau estado da estrada e damos os primeiros passos, de mochila às costas até à dita aldeia. Este curto passeio, até à aldeia, já nos deixa sem fôlego e nos faz pensar como é que vamos sobreviver até à cima. Para nos desanimar um pouco mais, em pouco tempo o céu de azul passa a um triste cinzento e não tarda em cair as primeiras gotas. Abrigamo-nos numa pousada onde nos damos um dia de descanso.
    No dia seguinte, despertamos antes do sol para chegarmos à seguinte aldeia que se encontra a 7h de distância. Quando o sol ainda não fez a sua aparição, sentes o frio a penetrar no corpo e a deixar de sentir as várias extremidades. Felizmente, em pouco tempo entramos em calor após dez minutos a subir escadas e o sangue começar a circular mais rápido pelos vasos. Quando o sol se levanta e os primeiros raios tocam o fundo do vale, esses são os momentos mais felizes do dia, a natureza encontra-se no seu auge, o ar é puro, somos rodeados por árvores em flor, os picos das montanhas estão polvilhados de neve e ouve-se o rio a contornar as pedras que se interpõe no seu caminho assim como o canto dos pássaros. É impossível não sorrir por dentro e estar em paz neste momento tão belo e fugaz.
    Um passo ritmado dá lugar a outro compasso dependendo se vamos a subir uma encosta, escadas ou por outro lado vamos para a descer, sem pressas.
    Vamos passando por aldeias piturescas, aldeões nos seus labores diários, nos campos de arroz,de milho e hortaliças, preparando comida, fumando cigarros a ver o tempo passar, olhando para quem passa, ou carregando fardos impossíveis às costas com cordas atadas à cabeça para facilitar a danada tarefa. Estes portadores normalmente são sherpas, uma etnia que vive nas montanhas do nepal à incontáveis gerações e são conhecidos pelas suas capacidades superiores de alpinismo, força e resistência em elevadas altitudes, servindo de guias para turistas ou portadores. Todos os alimentos e produtos de primeira necessidade têm que ser levados para as aldeias mais altas às costas destes homens e mulheres uma vez que não existem estradas transitáveis.

    Por fim chegamos ao fim da primeira etapa, já de rastos, depois de andarmos 14km com uma elevação de 930m até aos 2340m . O primeiro dia é o que custa mais, temos que nos adaptar ao peso da mochila e as pernas ainda não se habituaram a esta nova rotina. Descansamos num lodge típico desta zona, que se vão repetindo ao longo do nosso trajecto. Este tem uma sala comum onde se tomam as refeições e nos abrigamos do frio ou se passa só o tempo. O quarto apenas tem uma pequena cama para cada um e um cobertor mas não necessitamos de mais. A comida também é simples, mas nutritiva e a preços cada vez mais inflacionados à medida que se vai subindo, pelo custo extra de fazer transportar a comida ou as botilhas de gás para cozinhar. Da parte da tarde ficamos a ler, a escrever ou à conversa com o Scott, acabando por criarmos um verdadeiro laço de amizade. Falamos um pouco de tudo. Ele conta-nos histórias de casa, de por onde andou e para onde vai a seguir. Coincidimos em parte dos planos e decidimos encontrarmo-nos na Tailândia. Também nos conta que tem previsto fazer um curso de Vipassana. É um retiro budista de dez dias em silêncio e meditação, que o próprio Sidharta Gautama realizou antes de ter chegado à iluminação. Já outros viajantes com quem nos cruzámos nos falaram deste curso e ficámos curiosos sobre como será. É algo que nos gostaria fazer e a verdade é que não haverá melhor altura para o fazer que agora. No entanto, a decisão não pode ser tomada de ânimo leve porque será uma experiência que nos levará ao limite.

    Os seguintes dias são parecidos ao primeiro com pequenas mudanças da paisagem. Começamos a caminhar cedo, porque faz melhor tempo, por volta das 6:30, ainda em jejum e tomamos o pequeno almoço já depois do sol nascer, na seguinte aldeia. Terminamos de caminhar por volta das 13/14h. Temos tido sorte e nunca apanhamos chuva. De tarde, ou à noite chove um pouco mas não nos chateia. No terceiro dia pisamos, por fim, a neve que víamos só ao longe e dou por nós ali sozinhos, rodeados por neve, céu azul, as imponentes montanhas e o tempo parace também congelar e ali, no mais profundo silêncio, penso que quero ficar ali para sempre. Cada passo que dou parece mágico, irreal e intemporal. Deixo de sentir o cansaço e vamos flutuando, passo a passo, até atingirmos o destino final, a 4130m de altitude, o Annapurna Base Camp. Chegamos mesmo a tempo porque o tempo fecha-se de novo e começa a nevar mais forte que nunca.

    Pelo caminho, passámos por várias pessoas de diferentes nacionalidades: espanhóis, americanos, ingleses, franceses, italianos, alemães, luxemburgueses, indianos, nepaleses, malasios, japoneses... Estas montanhas não têm dono, frente a elas somos todos iguais e reduzidos à mesma condição humana e é interessante observar como todos sentem o mesmo, abrumados por tamanha grandiosidade.
    Agora só temos que realizar o caminho de volta, sempre a descer mas não menos complicado, pelos joelhos que já vão dando de si e pelo estado do piso que pela neve se encontra enlameado e resbaladiço. Foram três dias para subir, dois para descer.
    Despedimo-nos temporalmente do Scott, que tem um voo marcado de Calcutá para Bangcok dentro de poucos dias e ficamos o último dia em Jhinu, uma aldeia com umas termas naturais, onde disfrutámos de um bom banho relaxante, perfeito para terminar esta viagem em grande.
    Um jeep, uma caminhada e um autocarro depois encontramo-nos de novo no mesmo hostel em Pokhara, sem planos definidos mas não poderíamos estar mais felizes.
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  • Day 231

    Nepal first stop: Lumbini

    March 9, 2023 in Nepal ⋅ ☀️ 31 °C

    Saímos do hotel às 5:30, ainda é noite cerrada, apanhamos o tuk tuk mais lento de toda a India, não passava dos 20km/h, conduzido por um jovem imigrante turco que não jogava com o baralho completo e que por pouco nos faz perder o comboio com destino a Gorakphur. Entramos na nossa carruagen no último momento, quando soa o apito . Sete horas de viagem. Em Gorakphur, cidade caótica, fumarenta e barulhenta, como não, apanhámos um autocarro en direção à fronteira com o Nepal. Três horas mais. Cruzamos a fronteira, em Sonauli, a pé e depois de mais uma horita com burocracia, temos autorização para ficar um mês no país. Apanhamos um táxi de apenas uma meia hora que nos leva diretamente ao hotel, em Lumbini, a cidade onde nasceu Buda. Somos surpreendidos pelo calor que faz nesta zona, por ser uma enorme planície, onde não se vê uma montanha e estar repleto de campos de arroz o que nos faz crer que esta é a despensa do país.
    Nessa noite jantamos no hotel e temos uma noite reparadora, no nosso quarto que é bastante agradável.

    No dia seguinte, vamos visitar o complexo de templos que dá a fama a esta pequena cidade. Achámos curioso ver vários templos, dedicados a Buda, cada um de um país distinto e com uma arquitectura característica. Vimos os templos do Nepal, Camboja, Vietnam, Myanmar,Tailãndia, Singapura, China, Tibet e até de França e Áustria. Para além destes templos, existe também um templo que marca o nascimento de Buda, com uma estátua dourada deste em criança e uns bonitos jardins, repletos das bandeiras coloridas nepaleses, que convidam a uma meditação debaixo da sombra de uma árvore. Para terminar a nossa viaita vimos uma das duas "World Peace Pagoda" existentes no Nepal. Estas pagodas, que contém relíquias de Buda, são construídas pelos japoneses com a intenção de promover a paz mundial e estão espalhadas por todo o mundo.
    Chegámos ao hotel, onde jantámos de novo, porque gostámos bastante da atenção que nos deu esta família e marcámos também o nosso autocarro para o próximo destino: Pokhara e os tão esperados Himalaias.
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  • Day 228

    Varanasi

    March 6, 2023 in India ⋅ ☀️ 32 °C

    Gui entra en su 30 aniversario subido a otro bus nocturno, sinceramente las probabilidades de que ocurriera eran muy altas, ya que estos días dormíamos más en autobuses que en hoteles. Sin embargo, conocemos a un chico portugués y a una chica alemana, Miguel y Viviane, y como las amistades evolucionan rápido cuando se está viajando por el mundo, enseguida nos sentimos como en familia a pesar de las circunstancias.
    Salimos a la locura de Varanasi preparándose para el Holi y nos reencontramos con una madre Ganga considerablemente más sucia que en Rishikesh. La ciudad transitada por los viajeros se compone básicamente por los ghaats junto al río y las calles laberínticas que hay justo por detrás, por lo que nos vamos encontrando con la gente que vamos conociendo todo el tiempo. Enseguida hacemos un pequeño grupo de mochileros que, como nosotros, han acudido a la ciudad sagrada para la mayor celebración del país. Asistimos al aarti que nos parece menos especial que en Rishikesh por ser menos íntimo, junto con nuestros nuevos amigos Miguel y Viviane, Cristina, Oliver, Myles...También conocemos a Scott, con el que compartiremos aventuras en Nepal durante los próximos días.
    Nuestro camino y el de Scott se cruzaron un par de minutos en un hostal de Goa, donde intercambiamos 4 palabras si llega. Al día siguiente lo vimos bailando Hilight tribe en el Hilltop y por alguna razón nos acordábamos de él. Un mes después alguien se acerca a mí para decirme hola en un rooftop de Varanasi y era Scott, aunque él no se acordaba de nosotros. Estos encuentros a lo largo de toda India no dejan de tener algo de increíble que dejan una marca profunda en la amistad que acaba de nacer.
    Todos juntos nos dirigimos al ghaat donde realizan las cremaciones. Ver cómo los cuerpos se arrugan entre las llamas frente al río como si fueran cartón agrietándose es definitivamente algo que no se siente todos los días y te hace reconsiderar el completo significado del carpe diem. En esos momentos acabo entrando en los 30 (sí, tendré que admitir que ya he llegado) de la forma más surrealista e inolvidable posible.
    Sin que los muertos dejen de arder, al día siguiente los colores y la música se apoderan de Varanasi y de toda India al mismo tiempo: ha empezado el Holi. La celebración nos decepciona un poco, aunque en realidad ya nos esperábamos lo que sería por lo que puede que no cuente como decepción. Las calles están llenas de niños y jóvenes borrachos (hombres, las mujeres no se dejan ver mucho durante el Holi) que van lanzando agua y pringando con polvos de colores a todo el mundo con quien se cruzan, sacando partido del ambiente festivo. Claro que al ser una pareja de blancos, la atención de cientos de adolescentes indios borrachos se centra sobre nosotros, por lo que pasear por los ghaats se vuelve una misión imposible. Gui empieza a encontrarse mal de lo que serían varios días de fiebre ininterrumpida, pero encontramos a nuestros amigos en la fiesta del Holi de un hostal para mochileros y acabamos pasando un buen día entre muchos colores y los ritmos de tambores.
    Al día siguiente Gui pasa el día en la cama mientras yo intento quitarme como puedo el color rojo del cuerpo (en las uñas y el pelo me duraría semanas) y salgo a la ciudad para comprar los billetes hacia Nepal para el día siguiente, y para despedirme en mi interior de Varanasi, del Ganga, de los aartis y de toda India al mismo tiempo.
    Nunca creí que diría esto, pero voy a echar de menos este país de intensidad, amores y odios, realidad y experiencia humana extrema.
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  • Day 227

    Agra aka Taj Mahal

    March 5, 2023 in India ⋅ ☀️ 31 °C

    El viaje nocturno en autobús que nos llevaría de Udaipur a Agra tuvimos que hacerlo en asientos sentados porque, debido al Holi, la gente se estaba moviendo mucho esos días (al igual que nosotros) y ya estaban todas las camas ocupadas de todos los autobuses y trenes. El viaje duró 13h y para nuestra no tan sorpresa (estamos habituados a que pueda pasar cualquier cosa en India), el conductor empezó a subir a muchos más pasajeros a cambio de unas cuantas rupias extras. El resultado fue que íbamos todos encajonados como en un autobús de refugiados, la gente durmiendo a nuestro lado en el suelo, incluso debajo de los asientos en espacios minúsculos y completamente sucios. Los indios además son ruidosos de nacimiento y no tienen mucha consideración por los demás, por lo que los sonidos guturales se mezclan con los vídeos de youtube y el olor a comida picante por el suelo inundan el ambiente durante todo el trayecto. También tuve derecho a pisar una serpiente en movimiento sin querer en una de las paradas para el "baño" que obviamente no era más que un descampado en mitad de la carretera. Sobrevivimos al viaje gracias a los tapones para los oídos y los capítulos descargados en Netflix.
    Por fin llegamos a nuestro destino. Decidimos parar en Agra porque por lo visto el Taj Mahal es una de las 7 maravillas del mundo, aunque lo habíamos visto miles de veces en fotos y al fin y al cabo es solo un edificio así que no podía ser para tanto.
    Nos equivocábamos.
    Estar enfrente del Taj Mahal es como estar magnetizado por un imán gigante al que no puedes dejar de mirar.
    Impolutamente blanco, perfectamente simétrico, eternamente en silencio.
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  • Day 224

    Udaipur

    March 2, 2023 in India ⋅ ☀️ 29 °C

    Passámos dois dias em Udaipur, a cidade dos lagos, foi uma cidade que não nos impressionou. Uma cidade mais da India que ainda que possa ser um bom sitio para morar, nos aborreceu um pouco. Alugámos mota um dia e demos a volta aos três enormes lagos. Não sentimos um encanto especial por nenhum, ao contrário de outros que temos visto e que gostámos mais. Tentámos subir a um templo no topo de uma montanha mas a entrada para estrangeiros era excessivamente cara para a carteira de uns modestos mochileiros. Muitas vezes decidimos não ir a estes sítios, que cobram de dez a vinte vezes o valor de um bilhete para locais, porque muitos são engodos para turistas, que não estão ao nível do valor que cobram. Existem outras opções de actividades ou visitas iguais ou melhores sem qualquer custo e que nos dão igualmente a sensação daquilo que é verdadeiramente a vida de uma cidade. Em Lisboa também existem muitas atrações de "visita obrigatória" como a Torre de Belém ou o palácio da Pena onde eu nunca emtrei.Também por esta altura já vimos suficientes templos e fortes para podermos passar alguns. Outro sítio que não fomos foi o palácio da cidade pelo mesmo motivo.
    Gostámos da artéria principal da cidade com restaurantes, lojas e ghats junto ao lago, zonas boas para fotografar e também passámos um bom pôr do sol no topo de uma colina, sobre umas muralhas com vista para toda a paisagem.
    Temos que seguir caminho porque queremos chegar a Varanasi em 2 dias para o dia mais festivo da Índia, o Holi, e festejar os nossos aniversários, juntos, na cidade sagrada.
    É com alegria que seguimos num autocarro com destino a Agra para fazermos uma paragem técnica e vermos o Taj Mahal. No entanto, não estávamos preparados para a viagem que nos esperava.
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  • Day 222

    Jaisalmer

    February 28, 2023 in India ⋅ ☀️ 33 °C

    Jaisalmer, a cidade mais desértica do Rajastão é uma cidade pequena mas com muito encanto. Também conhecida como cidade dourada porque todas as casas são da mesma cor de areia uma vez mais destaca-se o seu forte que se encontra no alto de uma colina. Com tudo, parece um castelo de areia gigante. No primeiro dia não perdemos tempo e alugamos uma mota para irmos ver aquilo que nos trouxe até tão longe: o deserto. Tínhamos contratado com antecedencia um pack de 2 noites mais tour de camelo, um dia no deserto de Khoori e o outro no de Sam. Ao chegarmos a Khoori somos surpreendidos pela pobreza daquela população e pelas duras condições em que vivem assim como o isolamento em que estão. Conhecemos o nosso guia, Samit?? que nos apresenta aos seus dois camelos, Al Pacino e Jonnhy?? Vê-se que cuida bem deles e lhe tem carinho o que nos descansa porque este tipo de turismo com animais sempre nos deixa com o pé um pouco atrás. Já montados no camelo o guia leva-nos pelas dunas de khoori que apesar de não serem muito grandes deixa-nos ter uma amostra daquilo que é a nossa ideia de deserto. E o melhor de tudo é que estamos sozinhos. Qual não é o nosso espanto quando durante o por do sol nos diz que iremos dormir ali mesmo numa das dunas. Achávamos que íamos ficar numa tenda mas o guia estende-nos apenas uma manta no chão e não poderiamos imaginar uma melhor maneira de passar a noite do que a olhar para a lua e as estrelas. Acende uma fogueira e faz o jantar ali em pouco tempo. Gostamos muito de falar com ele e parece-nos um rapaz bastante amável e inteligente apesar das suas origens simples. Passamos a noite ao relento e antes de adormecer não posso acreditar na sorte que temos por estar ali. Acordamos algumas vezes durante a noite com areia na cabeça e em todos buracos do corpo transportada pelo vento. Temos que nos tapar com a manta até à cabeça para impedirmos ser engolidos por o que parecer ser uma tenpestade de areia. A Irene acorda quando a lua já tem desaparecido é a estrelas estão mais visíveis que nunca e consegue ver um par de estrelas cadentes. Esta magia consegue que nem sequer pensemos na areia que temos em todo o corpo. Na mañhã seguinte somos brindados por um espectacular nascer do sol. Depois de nos ter feito o pequeno almoço vamos de volta à casa do rapaz onde nos deixa na mota. Vamos até Sa, passando por aldeias isoladas de tudo com a paisagem desértica como protagonista. Aproveitando as estradas solitárias e desérticas, a Irene conduz a mota por primeira vez na vida, e desbloqueia assim o seu medo de uma forma inesquecível. Chegamos a Sam e aí o panorama já é outro. Como sítio demasiado turístico que é, assim que chegamos somos assaltados por grupos de crianças a tentar vender-nos passeias de camelo e outras atividades. A zona está demasiada explorada por hoteis que oferecem todos o mesmo tipo de pacotes. A experiencia de andar de camelo não é tão especial e dá pena vê-los ter que transportar as pessoas. Desta vez estávamos rodeados de pessoas, nas dunas podia-se ver lixo um pouco por todo o lado. Jantámos no hotel, um complexo de tendas, onde nos entrava o jantar com espetáculo de música tradicional do rajastâo e pequeno almoço. No dia seguinte partimos para Jaisalmer. Ainda nos dá tempo para passar a tarde no casco histórico da cidade, onde tem os edifícios residenciais mais belos que alguma vez vi na vida, passear dentro do castelo, ser bombardeados com balões de água atirados por crianças do alto de um templo, comer num restaurante do mais agradável que existe e passear pelo único lago num raio de 100km antes de apanhar o autocarro noturno para udaipur. Foram dias bem passados...Read more

  • Day 219

    Jodhpur

    February 25, 2023 in India ⋅ ☀️ 31 °C

    Somos apresentados a Jodhpur ao atardecer, sem hotel marcado, onde um tuk tuk nos deixa no meio de um emaranhado de ruas desta cidade antiga. Com a mochila às costas, vamos à procura de um hotel. Um homem de chapéu muçulmano vê-nos passar e reconhecendo uns turistas um pouco perdidos pergunta-nos se queremos ficar no hotel que temos em frente. Não tendo outra melhor sugestão aceitamos o convite e seguimos em frente. O quarto que nos apresentam é vastante razoável e tem vistas para o forte de Jodhpur, a principal atração da cidade que se pode observar de qualquer ponto da cidade. À semelhança de muitas cidades do Rajastão, o terraço é um lugar priveligiado onde se pode comer, só estar a ler um livro ou passar o tempo e o nosso hotel não é excepçao. Para além do forte que tem uma vista incrível e onde se pode ver o põr do sol, o outro atractivo é percorrer as ruas de Jodhpur que têm as casas pintadas de azul e com grafittis bastante originais. Um dos pontos altos desta cidade foi ter tido a possibilidade ou loucura como muitos chamariam de me ter refrescado num dos poços com escadarias intrincadas. As crianças passam o dia a fazer saltos acrobáticos para a água e incentivaram-me também a saltar mas nunca acreditaram que eu pudesse saltar como eles. A verdade é que me supreendeu a qualidade da água que era bastante transparente e onde se podiam ver até uma série de peixes. O outro momento marcante foi o põr do sol visto de umas muralhas antigas com o forte e a paisagem desértica a servir de fundo.Read more

  • Day 218

    Pushkar

    February 24, 2023 in India ⋅ ☁️ 30 °C

    Seguimos con nuestro tour por el Rajastán en nuestro medio de transporte favorito, el bus. Esta vez cogemos un bus local por la mañana en el que, como siempre, somos los únicos blancos. Siempre nos sentimos como si fuésemos nosotros mismos la atracción turística, pues tenemos decenas de ojos inspeccionándonos con curiosidad en todo momento. Llegamos a Pushkar a la hora de comer. Se trata de un pueblecito alrededor de un lago, con solo 20.000 habitantes. Nada más llegar, la población y sus habitantes nos parecen tan agradables que hasta parece irreal. No nos extraña ver que está lleno de turistas que deciden quedarse varios días o semanas descansando del resto de la locura india, debido a su amigable atmósfera. Además, se considera la capital de India en producción de ropa, por lo que la principal atracción de la ciudad es perderse entre las tiendas y los escaparates. Nos volvemos un poco locos comprando ropa india con colores preciosos y a precios tan bajos, a pesar de que al viajar con mochila, cada compra que hacemos tenemos que estar muy seguros de querer cargar con ello durante los próximos meses. Pasamos el día paseando entre ropa y vacas, y al atardecer nos deleitamos con las vistas crepusculares sobre el lago y las montañas de alrededor.
    Al día siguiente nos despertamos muy pronto para ver el Sol salir nuevamente por entre las montañas del otro lado, desde un templo que se encuentra en lo alto de una gran colina. Allí arriba nos quedamos observando a una familia de monos, en la que hay muchas madres abrazando a sus bebés, hasta que reparo en que uno de los bebés es en realidad un feto sin vida a medio formar. Se me parte el corazón al ver a la madre con el feto en una mano mientras con la otra se ayuda a saltar de un lado a otro, y de vez en cuando se para para observar el bulto sin vida que sujeta, sabiendo que no es lo que debería ser, pero sintiéndolo demasiado suyo como para dejarlo ir. Me pregunto hasta cuándo seguirá llevándolo con ella, y la escena me confirma que el amor va más allá del raciocinio o la consciencia.
    Pasamos otro plácido día por las calles tranquilas de Pushkar y probamos los mejores Shiva lassis de la ciudad.
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  • Day 216

    Jaipur

    February 22, 2023 in India

    Despedimo-nos com pena de Rishikesh e lá vamos novamente de autocarro nocturno para Jaipur, porta de entrada para o Rajastão, terra de desertos, de fortes e palácios onde reinaram durantes séculos os marajás. Chegámos de madrugada e felizmente o nosso quarto de hotel já estava disponível a essa hora e pudémos deixar as mochilas e limpar o cansaço do corpo antes de mais um longo dia. O hotel é agradável e tem um rooftop com vistas para a cidade, um forte e as muralhas no topo de uma montanha.
    Jaipur, capital da província, também conhecida por "pink city" pelas suas casas pintadas de cor rosa é uma cidade bastante caótica e dificil de nos movermos de um sítio a outro pelas distâncias e pela quantidade de trânsito, pedonal e motorizado. Passámos um dos dias a percorrer o centro turístico, os bazares e um ou outro monumento, sendo o mais famoso o Hawa Malal, mais conhecido por palácio dos ventos, devidos às correntes de ar provocadas pelas suas 953 pequenas janelas de onde as mulheres do marajá podiam observar despercebidamente o que se passava na rua. O momento alto do dia foi termos tomado um dos melhores e mais famosos lassis de toda a Índia e termos ido ver um hilariante filme de Bollywood com tudo aquilo a que tínhamos direito: acção, romance, drama indiano e como não podia faltar música e dança. A cereja no topo do bolo foi a decoração do cinema por fora e por dentro, que lhe dá o estatuto de um dos cinemas mais pitorescos do mundo. Ah e não entendemos uma palavra do que diziam. O filme era em hindi e não tinha legendas mas só contribuiu para todo o exotismo da experiência. No segundo dia fomos com um guia, que conhecemos no dia anterior visitar o forte Amber e as zonas mais periféricas da cidade. Este forte é a principal atração da cidade e apesar de ser um best-seller da Índia não nos surpreendeu demasiado. A entrada custa 500rupias (6euros) por pessoa, ou dois dias de trabalho para muitos indianos e as vistas não impressionam por aí além e o estado de conservação é praticamente nulo. Vimos também o primeiro destes poços com escadas que fazem lembrar uma obra do Escher e um mausoléu, esse sim com uma arquitectura incrível e longe das multidões. Ainda nos deu tempo para sermos arrastados pelo nosso guia a conhecer umas lojas de uns amigos dele e o seu guru. A primeira loja uma joalharia, onde pudémos ver como se cortavam e poliam as pedras preciosas e a outra uma loja de tecidos e roupa onde também vimos como se tingiam os tecidos e se imprimiam os diferentes padrões à mão, utilizando blocos de madeira. A experiência do guru foi ir perder o tempo a falar com um homem "normal" sobre trivialidades. Terminámos o dia com uma das nossas actividades favoritas: ver o põr do sol no topo de uma montanha com vistas sobre a cidade.
    E assim termina a nossa passagem por Jaipur, que apesar de termos tido bons momentos não nos roubou uma parte do coração. Conseguimos sentir a dor daquelas pessoas que vêm uma ou duas semanas à Índia e o único que vêem é o Golden Triangle : Delhi, Agra e Jaipur. Demasiado caos e fealdade para o pouco que têm para oferecer. O próximo destino apresenta-se como uma lufada de ar fresco, a pequena cidade de Pushkar.
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